Leituras bíblicas:
1Co 3.10-15:
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto*, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta, e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
Se a obra que alguém edificou, nessa parte, permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo; todavia, como pelo fogo.”
*A expressão “sábio arquiteto”, usada na RC, 1995, não expressa qualquer soberba do apóstolo; trata-se de uma questão de tradução: a Bíblia King James Atualizada (KJA) usa: “... eu, como prudente construtor, lancei o alicerce...”.
2Co 5.10:
“Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.”
Introdução
Todos os crentes sabem identificar o destino dos salvos e o destino dos perdidos. Grande é a felicidade dos salvos; afinal, o Senhor Jesus os resgatou condenação, quando lhes concedeu a vida eterna! É prazeroso sentir-se participante do que o apóstolo Pedro afirma:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pe 2.9)
Por outro lado, é triste constatar qual o destino daqueles que se entregam à vida de pecado.
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” (Jo 3.19)
O apóstolo Paulo mostra que a ira de Deus paira sobre a impiedade e injustiça dos homens.
“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça [...] E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim, Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm.” (Rm 1. 18; 28)
Jesus ensinou que só há dois destinos para o homem escolher. O Bem ou o Mal.
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; e muitos são os que entram por ela. E, porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” (Mt 7. 13-14)
O mundo atual é um lugar em que estão salvos e perdidos.
NESTE MUNDO SÓ HÁ DISTINÇÃO ENTRE JUSTOS E ÍMPIOS
O apóstolo Paulo esclarece que Deus igualou toda a humanidade como seres desobedientes; ninguém, quanto à avaliação divina, era melhor ou pior, o nível geral era o mais baixo. Assim, o Senhor fez, para estender sobre todos a sua excelsa misericórdia.
“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 11.32)
Como Igreja de Cristo, neste mundo, os salvos se distinguem dos ímpios (Sl 1). O que distingue os crentes dos descrentes não são os bens materiais, como muitos pensam e pregam. Os remidos do Senhor são abençoados com todas as bênçãos espirituais, nos lugares celestiais em Cristo. (Ef 1. 3); claramente, não são assim os ímpios.
A referência da passagem de Malaquias 3.18 tinha um sentido para os tempos do profeta (antes de Cristo), e outro sentido para o tempo da Igreja de Cristo.
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve.” (Ml 3.18)
Entretanto, é necessário lembrar que o Senhor coloca todos os salvos em condição de servos, em igualdade fraternal neste mundo, para que não haja soberba, nem vaidade alguma. Certa vez, Jesus repreendeu os discípulos que pleiteavam posição superior entre os demais (Lc 22. 24-26). Essa é a Igreja que será arrebatada. (1Ts 4.16-17).
“Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos; o servo de todos.” (Mc 9.35)
O TRIBUNAL DE CRISTO
Depois do arrebatamento da Igreja, todos os salvos passarão pelo Tribunal de Cristo. Nesse Tribunal - que não é para condenação dos crentes - o Senhor Jesus julgará a nossa qualidade de servos. Ele avaliará toda a nossa vida. Tudo quanto fizemos de bem ou de mal, nesta vida, depois de termos recebido a salvação, entrará na avaliação do Senhor; serão julgados por Cristo os nossos pensamentos, nossas palavras, nossas decisões e ações. Isso será feito, porque no Céu não haverá nem a mínima impureza.
O Tribunal de Cristo não julgará ninguém para condenação eterna, porque “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...” (Rm 8.1); na cruz, o Senhor Jesus pagou a nossa dívida para com Deus (1Co 7.23). Mas a nossa vida cristã será avaliada para aprovação premiada ou reprovação daquilo que fizemos.
“A obra de cada um se manifestará, na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um... Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia, como pelo fogo.” (1Co 3.13-15).
A QUEM O SENHOR SE REFERE COMO BENDITOS DO PAI?
Depois do Tribunal de Cristo, muitos outros eventos escatológicos acontecerão sobre a Terra. Haverá o domínio do Anticristo, que culminará com a Guerra do Armagedom. Virá, então, o Milênio, que são os mil anos de Governo de Cristo com a Igreja, nesta Terra antes do Juízo Final dos pecadores.
No evangelho de Mateus, o Senhor Jesus fez a parábola das ovelhas e dos bodes.
Naquela passagem, o convite, “Venham, benditos de meu Pai, possuam por herança o Reino que lhes está preparado desde a fundação do mundo.” (Mt 25.34 – adaptado para a Linguagem de Hoje) não é dirigido à Igreja, pois ela já estará para sempre com o Senhor, já passou pelo Tribunal de Cristo, já terá reinado com o Senhor no milênio.
Por isso, o convite que será feito por Jesus não é para nós! Ele é dirigido aos crentes pós-arrebatamento da Igreja, para aqueles que foram salvos no período da Grande Tribulação, pela qual a Terra passará.
Esse assunto precisa ser tratado em outra ocasião, se Deus nos permitir. O que Jesus dirá a esses crentes do pós-arrebatamento e, em seguida, o que dirá aos ímpios, está registrado em. Mt 25.31-46. Convém ler.
Como vimos, o Tribunal de Cristo dará galardões aos crentes fiéis.
O QUE SÃO GALARDÕES? QUEM OS RECEBERÁ?
Galardões são as recompensas do Senhor aos servos que prestaram serviços valiosos para o Reino neste mundo. Esses galardões serão entregues pelo Senhor Jesus aos servos que ele mesmo avaliou como dignos da premiação! É necessário entender que somente pela fé é que podemos dizer: “E terei meu galardão!” ou “Receberei galardão!”.
O galardão deve ser um anseio do crente, mas não é uma decisão dele. O próprio Deus é galardoador - segundo a sua vontade - daqueles que dele se aproximam, crendo integralmente, em fé sincera, na sua existência pessoal, na sua infinitude, na sua santidade e na sua absoluta soberania. (Hb 11.6).
A parábola dos dez talentos (Mateus 25. 14-30) ilustra a condição de cada crente, perante o Grande Juiz. Essa passagem deixa claro que no céu haverá diferença de premiação entre os salvos!
Não se esqueça: a execução da sua tarefa para com o Reino de Deus, nesta vida, não determina a sua salvação, pois ela é dada por Cristo Jesus àquele que nele crê; porém, ela determinará a sua posição na Glória Celestial.
No céu estarão todos os salvos por Cristo Jesus; mas nem todos receberão galardão, porque muitos serão reprovados naquilo que fizeram ou que deixaram de fazer na vida terrena. Por isso, devemos ser zelosos nas nossas obras, pois, ainda que a salvação tenha sido dada graciosamente por Deus, em seu Filho Jesus Cristo, aquilo que praticamos nesta vida pode ser - ou não - tesouros ajuntados no céu.
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mais ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mt 6. 19-21)
“Guarda bem o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11 - destaque meu).
Conclusão
Normalmente as nossas pregações na igreja ficam num círculo vicioso de evangelização - que deve ser uma obra mais externa do que interna, pois Jesus disse: “Ide”. Também são pregações que se restringem a uma cansativa insistência para que os crentes progridam espiritualmente; mas a maioria dos ouvintes não se interessa por esse progresso.
Esse formato de pregações que adotamos deixa em evidência o descuido pelas tarefas que todos os membros da igreja deveriam cumprir no decorrer da semana. Nós nos tornamos como alunos displicentes, os quais não se interessam pelo exercício das lições de casa.
Ainda, além disso, há outras pregações e hinos que apenas alegram emocionalmente a igreja, com as referências que fazem aos encantos da Pátria Celestial, mas não a responsabiliza sobre como chegar lá.
Os mesmos crentes, que anseiam por uma vida eterna no céu desconhecem a realidade severa, intransigente, do Tribunal de Cristo.
Os crentes que desconhecem essa verdade partirão para a eternidade, sem qualquer noção de que o Senhor Jesus os avaliará, para aprovação (se a obra que edificaram permanecer) ou para reprovação (se a obra se queimar).
Uns entrarão para a glória, totalmente aprovados e galardoados; outros, também entrarão; todavia, passarão, antes, pelo triste desconforto da reprovação daquilo que não fizeram bem.
Qual a nossa expectativa pessoal na obra do Senhor? Que tesouros nós estamos juntando, no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não roubam? Que o Senhor nos ajude a que nos tornemos servos bons, fiéis e produtivos no Reino.
“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.” (Hb 5. 12)
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