domingo, 22 de agosto de 2021

ANTES, DURANTE E DEPOIS DA GRAÇA DE DEUS.

 Tito 2.11-15

         imagem br.freepik

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens; ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências do mundo, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu, especial, zeloso de boas obras. Fala disto e exorta, e repreende com toda autoridade. (E que) Ninguém te despreze”.

Introdução

Estamos diante de um texto panorâmico. O apóstolo Paulo leva-nos a contemplar duas fases da nossa existência: a fase do passado, a qual reflete o tempo de nossa absoluta carência da graça de Deus. Paulo diz que, por causa do pecado, nós vivíamos destituídos da glória de Deus. Destituídos significa afastados, distantes e sem direito algum. A passagem deixa bem claro que essa era a nossa situação, neste mundo pecaminoso. Deus, porém, misericordiosamente, manifestou sobre nós a sua graça, encerrando a fase do passado:

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.4.5).

Por isso, caros irmãos, “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor.” (Cl 1.13). Essa nova condição em Cristo Jesus abre-nos o glorioso tempo presente; o tempo da possibilidade da nossa imersão na graça divina. Glória a Deus! Vivamos este tempo de vitória sobre o mal!

O passado tornou-se, em nós, apenas uma lembrança inesquecível, para que possamos reconhecer a misericórdia de Deus para conosco. O resgatado de um naufrágio jamais se esquece da tragédia vivida; mas, alegra-se pelo salvamento!

. “Mas, Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam...” (At 17.30). O primeiro passo é o arrependimento.

Arrependimento não é uma emoção que provoca lágrimas: isso é remorso. Remorso não leva à salvação. Arrependimento é uma decisão consciente de se renegar, de modo absoluto e imutável, aquilo que se praticou em oposição a Deus.

É necessária a decisão de abandonar o pecado. Ainda existem crentes que pensam que existe “meio convertido”; pensam que o pecado sai gradativamente. Isso não é correto! Nenhuma prática pecaminosa ou errada será abandonada aos poucos. Não existe meia conversão. Jesus disse à mulher acusada de adultério: “Vai, e não peques mais!” (Jo 8.11). Ao paralítico curado em Betesda, disse: “... não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior”. Praticar o pecado, ou não, depende da decisão humana.

Os salvos abandonaram o passado pecaminoso e vivem um presente que revela o tempo da graça manifestada. “porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

Por causa deste tempo presente, de salvação, o apóstolo Paulo recomenda que tenhamos uma vida digna da fé que professamos e também da esperança no aparecimento do Senhor Jesus Cristo, que não tardará. 

1.  COMO ERA O TEMPO DE CARÊNCIA DA GRAÇA DE DEUS?

Porque noutro tempo vocês eram trevas, mas agora vocês são luz no Senhor; andem como filhos da luz.” (Ef 5.8). “... naquele tempo, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).

A nossa condição, no tempo do desconhecimento do evangelho de Jesus Cristo, era a pior possível: éramos pobres, cegos e nus espiritualmente. Não havia em nós esperança alguma. Assim vivem os que se mantêm afastados da graça e da misericórdia de Deus. Devemos levar-lhes a mensagem de salvação e esperança, para que se salvem.

A Bíblia diz que o mundo está morto sob o peso do maligno. Há um sistema maléfico que escraviza as pessoas, mantendo-as em trevas, afastadas da graça do Senhor, como um grande rebanho conduzido ao matadouro. Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas relatam que Jesus expulsou uma legião de demônios que atormentava um homem; aqueles demônios pediram para entrar numa manada de porcos que estava por ali; com a permissão de Jesus, eles entraram nos porcos e os mataram impiedosamente. (Lc 8.32-33).

Que lição nós tiramos disso? Os demônios que agem neste mundo são os mesmos que agiam naquele homem. Eles estão dispostos a tratar os homens como trataram aquela manada de porcos; a sua finalidade é destruí-los de modo terrível.

A carência da graça de Deus deixa a humanidade à mercê do Maligno; ele faz a completa destruição espiritual do ser humano. Assim vivíamos nós, no tempo da ignorância. Todavia, pela graça somos salvos (Ef 2.8). Glória a Deus!

 2.  A VIDA PRESENTE, NA GRAÇA, NÃO DISPENSA A VIGILÂNCIA.


A graça de Deus sobre a nossa vida trouxe-nos o resgate, trouxe-nos a salvação, tirou-nos da sujeição a este mundo tenebroso. Essa é a graça manifestada que oferece salvação a todos os homens. A salvação Que nos foi entregue por misericórdia e graça não é exclusividade nossa; ela é, também, oferecida a todos os homens. Mas ela não é imposta. O Senhor diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20). Há um hino que diz: “Ouves tu? Jesus te chama!” (H.C. 166). O evangelho é o poder de Deus para salvação de quem crê. Nós ouvimos a voz do Mestre e nos dispusemos a segui-lo. É necessário que nos levantemos para seguir a Cristo. Assim fizeram os doze que ele chamou. Jesus deu uma condição para os que decidem ir após ele: “Se vocês estiverem em mim e as minhas palavras estiverem em vocês...” (Jo 15.7). “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu mando que façam.” (Jo 15.7). Há determinações do Senhor para permanecermos na sua graça. O texto lido diz que a manifestação da graça salvadora impõe-nos: “a renúncia à impiedade e às concupiscências mundanas. Precisamos viver sóbria, justa e piamente” (v.12).

Renunciar – como já dissemos - não é apreciar de longe; é negar clara e abertamente a prática da impiedade; é negar com determinação a influência dominadora dos desejos terrenos.

Temos agido assim? Muitas vezes, dizemos que nos afastamos do mal, da impiedade; mas não dominamos os nossos interesses materiais! Se vivermos assim, não estaremos aptos para a vigilância da nossa salvação. Jesus disse: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26.41). O Senhor sempre alertou sobre a vigilância; mas, sinceramente, esse é um cuidado que geralmente não temos. A maioria dos nossos erros é causada pela falta de vigilância. Por isso, Jesus nos ensinou a pedir ao Pai que não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre do mal. (Lc 11.4) a tentação leva-nos ao distanciamento da graça. É por isso que precisamos viver sóbria, justa e piamente neste mundo. (v.12).

 3.  A VIGILÂNCIA CONDUZ À ESPERANÇA DA GLÓRIA.


O versículo 13 ensina que a vida sob a graça salvadora permanece “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo...”. Aguardar a bem-aventurada esperança significa nunca desistir dessa esperança; devemos aguardar fielmente o aparecimento da glória do Senhor Jesus.

Jesus voltará! Essa é a nossa imorredoura esperança de glória. Nossos púlpitos pouco têm falado nessa maravilhosa esperança. Um assunto do qual não se fala é assunto relegado ao esquecimento.

 4.  A GRAÇA NOS FAZ MENSAGEIROS AUTORIZADOS POR DEUS.

 Fala disto, e exorta, e repreende com toda autoridade. Ninguém te despreze.” (v.15).

Nosso dever, na liderança do trabalho do Mestre é cumprir o que manda o versículo 15: Falar disto, exortar, ensinar e repreender com autoridade de Deus. Nenhum menosprezo abala o mensageiro de Deus. Os crentes primitivos sofreram açoites, prisões e mortes, mas não deixaram de entregar a mensagem salvadora. Talvez, dentro de poço tempo, tenhamos que suportar perseguições.

 Conclusão  

Não resta dúvida de que todo ouvinte da palavra de Deus precisa dar ouvidos a ela. Quando o nosso Senhor Jesus Cristo enviou as Cartas às 7 igrejas da Ásia Menor, recomendou que seus leitores dessem atenção à mensagem: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 3.22).

Hoje, somos chamados a observar o tempo presente, pautando a nossa vida pelos padrões da sobriedade, da justiça e da santidade, aguardando o cumprimento da nossa redenção. Avaliemos e reavaliemos as nossas condições espirituais. Lembremo-nos do passado sujeito à condenação eterna; cuidemos do presente sob a maravilhosa bênção da salvação em Cristo Jesus, nosso Senhor e aguardemos a bendita promessa do Senhor, que disse: “E, quando eu me for e tiver vos preparado um lugar, virei de novo e vos levarei para mim, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3). Amém!

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