Tito 2.11-15
imagem br.freepik“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os
homens; ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências do
mundo, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda
iniquidade e purificar para si um povo seu, especial, zeloso de boas obras.
Fala disto e exorta, e repreende com toda autoridade. (E que) Ninguém te
despreze”.
Introdução
Estamos diante de um texto panorâmico. O
apóstolo Paulo leva-nos a contemplar duas fases da nossa existência: a fase do passado, a qual reflete o
tempo de nossa absoluta carência da graça de Deus. Paulo diz que, por causa do
pecado, nós vivíamos destituídos da glória de Deus. Destituídos significa
afastados, distantes e sem direito algum. A passagem deixa bem claro que essa
era a nossa situação, neste mundo pecaminoso. Deus, porém, misericordiosamente,
manifestou sobre nós a sua graça, encerrando a fase do passado:
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia,
pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas
ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef
2.4.5).
Por isso, caros irmãos, “Ele nos tirou da
potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor.” (Cl
1.13). Essa nova condição em Cristo Jesus abre-nos o glorioso tempo presente; o
tempo da possibilidade da nossa imersão na graça divina. Glória a Deus! Vivamos
este tempo de vitória sobre o mal!
O passado tornou-se, em nós, apenas uma
lembrança inesquecível, para que possamos reconhecer a misericórdia de Deus
para conosco. O resgatado de um
naufrágio jamais se esquece da tragédia vivida; mas, alegra-se pelo salvamento!
. “Mas, Deus, não
tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em
todo lugar, que se arrependam...” (At 17.30). O primeiro passo é o
arrependimento.
Arrependimento não é uma emoção que provoca
lágrimas: isso é remorso. Remorso não leva à salvação. Arrependimento é uma decisão consciente de se renegar, de modo absoluto
e imutável, aquilo que se praticou em oposição a Deus.
É necessária a decisão de abandonar o pecado.
Ainda existem crentes que pensam que existe “meio convertido”; pensam que o
pecado sai gradativamente. Isso não é correto! Nenhuma prática pecaminosa ou
errada será abandonada aos poucos. Não existe meia conversão. Jesus disse à
mulher acusada de adultério: “Vai, e não peques mais!” (Jo 8.11). Ao paralítico
curado em Betesda, disse: “... não peques mais, para que não te suceda alguma
coisa pior”. Praticar o pecado, ou não, depende da decisão humana.
Os salvos abandonaram o passado pecaminoso e
vivem um presente que revela o tempo da graça manifestada. “porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a
todos os homens” (Tt 2.11).
Por causa deste tempo presente, de salvação, o apóstolo Paulo recomenda que tenhamos uma vida digna da fé que professamos e também da esperança no aparecimento do Senhor Jesus Cristo, que não tardará.
1. COMO ERA O TEMPO DE CARÊNCIA DA GRAÇA DE DEUS?
“Porque noutro tempo vocês eram trevas, mas agora vocês são luz no Senhor; andem como filhos da luz.” (Ef 5.8). “... naquele tempo, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
A nossa condição, no tempo do desconhecimento
do evangelho de Jesus Cristo, era a pior possível: éramos pobres, cegos e nus
espiritualmente. Não havia em nós esperança alguma. Assim vivem os que se
mantêm afastados da graça e da misericórdia de Deus. Devemos levar-lhes a mensagem
de salvação e esperança, para que se salvem.
A Bíblia diz que o mundo está morto sob o
peso do maligno. Há um sistema maléfico que escraviza as pessoas, mantendo-as em
trevas, afastadas da graça do Senhor, como um grande rebanho conduzido ao
matadouro. Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas relatam que Jesus expulsou uma
legião de demônios que atormentava um homem; aqueles demônios pediram para
entrar numa manada de porcos que estava por ali; com a permissão de Jesus, eles
entraram nos porcos e os mataram impiedosamente. (Lc 8.32-33).
Que lição nós tiramos disso? Os demônios que
agem neste mundo são os mesmos que agiam naquele homem. Eles estão dispostos a tratar
os homens como trataram aquela manada de porcos; a sua finalidade é destruí-los
de modo terrível.
A carência da graça de Deus deixa a
humanidade à mercê do Maligno; ele faz a completa destruição espiritual do ser
humano. Assim vivíamos nós, no tempo da ignorância. Todavia, pela graça somos
salvos (Ef 2.8). Glória a Deus!
A graça de Deus sobre a nossa vida trouxe-nos
o resgate, trouxe-nos a salvação, tirou-nos da sujeição a este mundo tenebroso.
Essa é a graça manifestada que oferece salvação a todos os homens. A salvação
Que nos foi entregue por misericórdia e graça não é exclusividade nossa; ela é,
também, oferecida a todos os homens. Mas ela não é imposta. O Senhor diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, eu entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”
(Ap 3.20). Há um hino que diz: “Ouves tu? Jesus te chama!” (H.C. 166). O
evangelho é o poder de Deus para salvação de quem crê. Nós ouvimos a voz do
Mestre e nos dispusemos a segui-lo. É necessário que nos levantemos para seguir
a Cristo. Assim fizeram os doze que ele chamou. Jesus deu uma condição para os
que decidem ir após ele: “Se vocês estiverem em mim e
as minhas palavras estiverem em vocês...” (Jo 15.7). “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu mando que façam.”
(Jo 15.7). Há determinações do Senhor para permanecermos na sua graça. O texto
lido diz que a manifestação da graça salvadora impõe-nos: “a renúncia à impiedade e às concupiscências mundanas.
Precisamos viver sóbria, justa e piamente” (v.12).
Renunciar – como já dissemos - não é apreciar
de longe; é negar clara e abertamente a prática da impiedade; é negar com
determinação a influência dominadora dos desejos terrenos.
Temos agido assim? Muitas vezes, dizemos que
nos afastamos do mal, da impiedade; mas não dominamos os nossos interesses
materiais! Se vivermos assim, não estaremos aptos para a vigilância da nossa
salvação. Jesus disse: “Vigiai e orai para que não
entreis em tentação” (Mt 26.41). O Senhor sempre alertou sobre a
vigilância; mas, sinceramente, esse é um cuidado que geralmente não temos. A
maioria dos nossos erros é causada pela falta de vigilância. Por isso, Jesus
nos ensinou a pedir ao Pai que não nos deixe cair em tentação, mas que nos
livre do mal. (Lc 11.4) a tentação leva-nos ao distanciamento da graça. É por
isso que precisamos viver sóbria, justa e piamente neste mundo. (v.12).
O versículo 13 ensina que a vida sob a graça
salvadora permanece “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da
glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo...”. Aguardar a
bem-aventurada esperança significa nunca desistir dessa esperança; devemos aguardar
fielmente o aparecimento da glória do Senhor Jesus.
Jesus voltará! Essa é a nossa imorredoura
esperança de glória. Nossos púlpitos pouco têm falado nessa maravilhosa
esperança. Um assunto do qual não se fala é assunto relegado ao esquecimento.
4. A GRAÇA NOS FAZ MENSAGEIROS AUTORIZADOS POR DEUS.
“Fala disto, e exorta, e repreende com toda autoridade. Ninguém te despreze.” (v.15).
Nosso dever, na liderança do trabalho do
Mestre é cumprir o que manda o versículo 15: Falar disto, exortar, ensinar e repreender
com autoridade de Deus. Nenhum menosprezo abala o mensageiro de Deus. Os
crentes primitivos sofreram açoites, prisões e mortes, mas não deixaram de
entregar a mensagem salvadora. Talvez, dentro de poço tempo, tenhamos que
suportar perseguições.
Não resta dúvida de que todo ouvinte da
palavra de Deus precisa dar ouvidos a ela. Quando o nosso Senhor Jesus Cristo
enviou as Cartas às 7 igrejas da Ásia Menor, recomendou que seus leitores
dessem atenção à mensagem: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 3.22).
Hoje, somos chamados a observar o tempo
presente, pautando a nossa vida pelos padrões da sobriedade, da justiça e da
santidade, aguardando o cumprimento da nossa redenção. Avaliemos e reavaliemos
as nossas condições espirituais. Lembremo-nos do passado sujeito à condenação
eterna; cuidemos do presente sob a maravilhosa bênção da salvação em Cristo
Jesus, nosso Senhor e aguardemos a bendita promessa do Senhor, que disse: “E,
quando eu me for e tiver vos preparado um lugar, virei de novo e vos levarei
para mim, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3). Amém!
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