“Quando
vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se
assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua
presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as
ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas, os cabritos, à esquerda; então
dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai
na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. (Mt
25:31-34).
O Senhor Deus fez o homem à sua
imagem, conforme a sua semelhança e o colocou no Jardim do Éden, para que
governasse tudo quanto o próprio Deus criou e viu que era bom.
Por
ter sido feito à imagem de Deus, conforme a sua semelhança, o homem recebeu a
capacidade de decidir seus atos, sem interferência alguma. Deus o fez absolutamente
livre.
Considerando-se a liberdade que Deus
dera ao homem e a vida vivida em plena intimidade com o Pai, era nobre que o
ser humano amasse a Deus e lhe devotasse obediência. Se assim procedesse, a
humanidade faria parte do imenso conjunto de servos do Altíssimo, que o louvam
ininterruptamente. “Aclamai a Deus toda a terra; salmodiai a glória do seu
nome, daí glória ao seu louvor [...] Prostra-se toda a terra perante ti,
canta salmos a ti, samodia o teu nome”. (Sl 66: 1-4).
Entretanto,
um ser desprovido de amor a Deus, e expulso do Céu, por ser maligno e corruptor,
aproximou-se da criatura humana, para destruí-la, em sinal de ofensa a Deus. “Como
caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra,
tu que debilitavas as nações! Tu que dizias no teu coração: Eu subirei ao céu,
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me
assentarei, [...]. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos,
no mais profundo do abismo”. (Is 14: 12-15).
Deus
sabia da proximidade do Mal; ainda assim, dera ao homem o poder de escolha. Que
amor de Pai! Não impôs a seus filhos a obediência. Deus aceita a obediência,
não a impõe.
O ser criado à imagem celestial deu
preferência ao engano. Adão falava constantemente com Deus, conhecia-o de
perto, sabia do amor do Pai. Não conversara jamais com a serpente maléfica, mas
deu atenção a uma informação estranha, vinda do desconhecido, por intermédio de
sua mulher, Eva. Esta, a mulher, sabia quem é Deus; compartilhava com seu
marido a vida perfeita que o Senhor lhes proporcionara, no entanto, foi a
primeira a dar atenção àquela voz desconhecida.
Adão
recebeu o recado e acatou a terrível informação. Quanto desrespeito! Quanta
calamidade! É possível imaginar a tristeza no coração de Deus?
Acabou-se a bênção. Veio a maldição
sobre tudo quanto Deus criara na Terra “E a Adão disse: Visto que atendeste
a voz da tua mulher, e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses,
maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os
dias da tua vida” (Gn 3: 17). Agora, vive o casal a perambular pelo solo
árido, sem rumo, à procura de alimento, de água; a esquivar-se de perigosas
feras, a buscar o pão com o suor do rosto.
Nesse
ponto o homem perdeu a beleza física, enrugou-se, envelheceu, sentiu dores. A
mulher perdeu o viço, gerou filhos com dificuldade e gemendo os pôs no mundo. O
sol tornou-se causticante, o vento passou a ressecar-lhes a pele, o frio veio
incomodá-los nas noites geladas. Os filhos passaram a agir de modo diverso, até
que Caim cometeu o primeiro homicídio: um fratricídio. Como se sentiram Adão e
Eva diante de tal situação?
A
relação entre Caim e Abel marcou para sempre a bipolaridade humana. Agora,
existem o homem correto e o homem incorreto; o bom e o mau; o salvo e o
perdido; o bem-aventurado e o infeliz, o trigo e o joio, a ovelha e o cabrito.
A humanidade está bipartida, contrariamente ao desejo de Deus.
Uma
promessa divina, entretanto, soada ainda no Éden, destruiu a possibilidade de
vitória pretendida por Satanás. Ao homem desobediente Deus prometeu uma
oportunidade de salvação, embora lhe fosse necessário sofrer as consequências
de sua irresponsabilidade.
A
promessa maravilhosa: da semente da mulher viria Jesus, aquele que esmagaria a
cabeça da enganosa serpente! “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a
tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar”. (Gn 3: 15).
O
homem não perdeu o livre arbítrio, porque Deus não retirou o que lhe dera. Ficou
garantida a escolha do caminho. Agora, por força do conhecimento adquirido, o
homem deve decidir-se pelo Bem ou pelo Mal. Por intermédio dessa oportunidade,
Deus providenciou o meio de salvação para a humanidade — um meio que já estava
previsto desde antes da fundação do mundo.
Veio,
enfim, a semente prometida: Jesus Cristo, o Senhor! O Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!
A Bíblia, em toda a sua extensão,
aponta para a bipolaridade humana: Abel e Caim, Noé e seus compatriotas, Isaque
e Ismael, José e seus irmãos, Povo de Israel e o Faraó, Davi e Saul; isso para
apresentar alguns exemplos no Antigo Testamento. Podem-se buscar, também,
exemplos no Novo Testamento: os discípulos e Judas, Estêvão e seus agressores,
Paulo e seus opositores, entre tantos outros.
Por que essa dicotomia? Porque Deus
outorgou ao homem a liberdade de escolha. Esse é o motivo de Jesus dizer “Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3: 20). Um dia,
Eva atendeu a uma voz estranha; hoje, devemos dar ouvidos à voz do Senhor Jesus.
O Senhor não invade corações: aceita-os. Quem os invade é o ladrão e salteador,
Satanás, o qual vem para roubar, matar e destruir.
Jesus é a providência divina para o
resgate da relação do homem com Deus; Jesus é “o caminho, a verdade e a vida”,
e ele mesmo declarou: “ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14: 6).
A bipolaridade humana também é
mostrada metaforicamente na Bíblia: o joio e o trigo, os bodes e as ovelhas, a
árvore boa e a árvore má.
Relativamente ao primeiro estado
espiritual, todos somos resultado de Adão, estamos debaixo da lei do pecado:
“... porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória
de Deus”. (Rm 3: 23); relativamente a um segundo estado espiritual todos
podemos ser fruto do sacrifício de Cristo Jesus. “Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna [...] Quem nele crê não é julgado, o
que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de
Deus”. (Jo 3: 16-18).
Mas
é necessário aceitar-se esse sacrifício de modo pessoal e com sinceridade. É
necessário declarar-se pecador, em estado de afastamento de Deus, por causa do
pecado, e proclamar a aceitação do seu resgate pela obra redentora do Senhor
Jesus Cristo. “Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se
confessa a respeito da salvação”. (Rm 10: 10).
Todo aquele que aceita esse resgate,
adquire o direito de ser feito filho de Deus, e forma com os seus irmãos a
gloriosa Igreja de Jesus Cristo aqui na Terra. Felizmente é possível mudarmos
de lado; é possível vermos desfeita a desobediência de Adão e glorificada a
obediência de Cristo, tornando-nos seus seguidores e aperfeiçoando-nos nele e
por ele, a cada dia, até chegarmos à estatura de varão perfeito como ele o é.
Amém!
Se você ainda não havia pensado
sobre este assunto, vale a pena meditar, para decidir de que lado da humanidade
pretende ficar. Não prolongue o momento da sua decisão; pois, a duração da vida
não nos pertence.
Izaldil
Tavares de Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário