quinta-feira, 14 de outubro de 2021

USOS, COSTUMES E ESPIRITUALIDADE.

 





Grande parte dos meus irmãos evangélicos vem dando mais importância ao aspecto emocional do que à atitude racional. Esse fenômeno, provavelmente, justifica-se, porque muitos crentes - inclusive importantes líderes - não discernem entre o que é de origem emocional e o que é de origem espiritual. Quanto a isso, boa parte das nossas igrejas cristãs pentecostais contrariam os ensinos do apóstolo Paulo, em quase todas as suas Epístolas, pois, ao contrário do que nelas se lê, continuam a confundir os excessos emocionais com a intensidade espiritual.

Há inúmeros pregadores que em suas pregações usam frases de efeito, que se exibem em "rajadas de línguas estranhas", além do emprego de expedientes que, por consequência, levam uma assembleia frágil espiritual e biblicamente a arroubos que nada têm de verdadeiro fervor pentecostal. Trata-se apenas de apelo ao emocional, tão passageiro quanto fogo em palha.

O mesmo processo ocorre no âmbito dos usos e dos costumes denominacionais.

A observância de tais comportamentos, sem dúvida, garante a preservação de certas características que identificam o "grupo social", mas nenhuma influência têm com a questão da salvação da alma, nem com a espiritualidade do crente.

O perigo está em que muitos hábitos mantidos nas denominações influenciam em muita gente - de cima a baixo - o lado emocional que, visto como espiritual, gera falsa santidade e sectarismo.

Não se trata, aqui, de marcar oposição àquilo que é marcante de uma denominação evangélica. De maneira nenhuma! Os grupos sociais profanos ou os de religiões diversas também têm seus usos e costumes; portanto, certas exigências aos crentes não é aberração alguma; aliás, é respeitável.

A questão levantada, porém, poderá deixar de ser um assunto gerador de discussões infrutíferas, se todas as lideranças ministeriais assumirem o dever pastoral de ensinar, vigorosamente, aos fiéis que os usos e costumes adotados funcionam como "marca exterior" do pertencimento espontâneo a determinada igreja; por isso, não são fatores de fervor espiritual, nem de emocional afetado nos cultos, nem de falsa santidade ou moralismo exacerbados no seio da sociedade. Crentes são pessoas normais, que prezam a sociabilidade e se mantêm sadias emocionalmente. Os seus critérios de pertencimento denominacional não os tornam mais santos que os seus pares e não são parâmetros de sua vida espiritual.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate:

Pesquisar este blog

• Arguivo do blog