Grande parte dos meus irmãos
evangélicos vem dando mais importância ao aspecto emocional do que à atitude
racional. Esse fenômeno, provavelmente, justifica-se, porque muitos crentes -
inclusive importantes líderes - não discernem entre o que é de origem emocional
e o que é de origem espiritual. Quanto a isso, boa parte das nossas igrejas
cristãs pentecostais contrariam os ensinos do apóstolo Paulo, em quase todas as
suas Epístolas, pois, ao contrário do que nelas se lê, continuam a confundir os
excessos emocionais com a intensidade espiritual.
Há inúmeros pregadores que em suas
pregações usam frases de efeito, que se exibem em "rajadas de línguas
estranhas", além do emprego de expedientes que, por consequência, levam
uma assembleia frágil espiritual e biblicamente a arroubos que nada têm de
verdadeiro fervor pentecostal. Trata-se apenas de apelo ao emocional, tão
passageiro quanto fogo em palha.
O mesmo processo ocorre no âmbito dos
usos e dos costumes denominacionais.
A observância de tais comportamentos,
sem dúvida, garante a preservação de certas características que identificam o
"grupo social", mas nenhuma influência têm com a questão da salvação
da alma, nem com a espiritualidade do crente.
O perigo está em que muitos hábitos
mantidos nas denominações influenciam em muita gente - de cima a baixo - o lado
emocional que, visto como espiritual, gera falsa santidade e sectarismo.
Não se trata, aqui, de marcar
oposição àquilo que é marcante de uma denominação evangélica. De maneira
nenhuma! Os grupos sociais profanos ou os de religiões diversas também têm seus
usos e costumes; portanto, certas exigências aos crentes não é aberração
alguma; aliás, é respeitável.
A questão levantada, porém, poderá
deixar de ser um assunto gerador de discussões infrutíferas, se todas as
lideranças ministeriais assumirem o dever pastoral de ensinar, vigorosamente,
aos fiéis que os usos e costumes adotados funcionam como "marca exterior"
do pertencimento espontâneo a determinada igreja; por isso, não são fatores de
fervor espiritual, nem de emocional afetado nos cultos, nem de falsa santidade
ou moralismo exacerbados no seio da sociedade. Crentes são pessoas normais, que
prezam a sociabilidade e se mantêm sadias emocionalmente. Os seus critérios de
pertencimento denominacional não os tornam mais santos que os seus pares e não
são parâmetros de sua vida espiritual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário