Prostrar-se e adorar são, em princípio, ações diferentes, que merecem explicação, a partir das suas respectivas conotações.
O significado para o
verbo prostrar-se (pronominal), mais próximo deste contexto, é humildemente
reconhecer a superioridade ou o mérito de outrem.
Os cidadãos japoneses curvam-se, isto é, prostram-se respeitosos diante das autoridades e dos idosos. Tal atitude não tem qualquer relação com a adoração a seres humanos.
A Bíblia Sagrada
registra a expressa, atemporal e inviolável proibição de Deus à adoração de
imagens esculpidas ou fundidas, bem como a quaisquer objetos, homens ou
animais; porque adoração é devida tão somente a Deus.
Os atos de prostração,
aqui entendidos como atos de consideração ou de respeito, já não exigem mais do
que "tirar o chapéu" ou curvar-se levemente. Outrora, porém, não era
assim.
Diante do seu
semelhante, o homem se curva (prostra-se) em respeito; jamais em adoração.
"Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele…" "... Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho...?" (Gn 17.3; 17).
Da mesma maneira,
Simão Pedro prostrou-se diante de Jesus, mas não o adorou.
"... E vendo
isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: 'Senhor, ausenta-te de
mim, que sou um homem pecador." (Lc 5.8). Pedro apenas reconheceu
superioridade em Jesus; não o senhorio do Mestre.
O mesmo fato
aconteceu com Jairo; prostrou-se, mas não adorou. Como chefe na sinagoga,
provavelmente aquele judeu não via divindade em Jesus. Talvez, um curandeiro
famoso.
"E, eis que
chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e vendo-o, prostrou-se
aos seus pés; e rogava-lhe muito, dizendo: 'Minha filha está moribunda; rogo-te
que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva'". (Mc
5.22-23).
Falando-se, agora,
no ato de adoração a Deus - ato exclusivo para a Santíssima Trindade - não há,
nele, sentido algum de uma pessoa prostrar-se ante o Senhor, reconhecendo-lhe a
magnitude, sem que seja para adorá-lo; pois, sem adoração, não pode haver
reconhecimento da Soberania divina.
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