sábado, 16 de outubro de 2021

PROSTRAR-SE É ADORAR?

 






Prostrar-se e adorar são, em princípio, ações diferentes, que merecem explicação, a partir das suas respectivas conotações. 

O significado para o verbo prostrar-se (pronominal), mais próximo deste contexto, é humildemente reconhecer a superioridade ou o mérito de outrem.

Os cidadãos japoneses curvam-se, isto é, prostram-se respeitosos diante das autoridades e dos idosos. Tal atitude não tem qualquer relação com a adoração a seres humanos. 

A Bíblia Sagrada registra a expressa, atemporal e inviolável proibição de Deus à adoração de imagens esculpidas ou fundidas, bem como a quaisquer objetos, homens ou animais; porque adoração é devida tão somente a Deus.

 A Bíblia também enumera muitos episódios em que pessoas se prostraram diante de servos de Deus, e estes não lhes impediram o ato, porque a prostração não era ato de adoração, mas sinal do reconhecimento por algum mérito ou importância. Os próprios anjos rejeitam atos de adoração a si mesmos. (Ap 22.8-9). Quando dois anjos foram enviados a Ló, para destruição de Sodoma e Gomorra, eles não foram adorados pelo sobrinho de Abraão; foram somente honrados por ele. (Gn 19.1-3).

 As famílias mais antigas e as conservadoras sempre ensinaram aos filhos o gesto respeitoso de eles beijarem a mão dos pais. 

Os atos de prostração, aqui entendidos como atos de consideração ou de respeito, já não exigem mais do que "tirar o chapéu" ou curvar-se levemente. Outrora, porém, não era assim.

Diante do seu semelhante, o homem se curva (prostra-se) em respeito; jamais em adoração.

 É interessante notar, também, que nem todos os que se prostraram diante de Deus o adoraram. Abrão temeu, prostrou-se, mas não adorou a Deus.

"Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele…" "... Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho...?" (Gn 17.3; 17).

 

Da mesma maneira, Simão Pedro prostrou-se diante de Jesus, mas não o adorou.

"... E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: 'Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador." (Lc 5.8). Pedro apenas reconheceu superioridade em Jesus; não o senhorio do Mestre.

 

O mesmo fato aconteceu com Jairo; prostrou-se, mas não adorou. Como chefe na sinagoga, provavelmente aquele judeu não via divindade em Jesus. Talvez, um curandeiro famoso.

"E, eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e vendo-o, prostrou-se aos seus pés; e rogava-lhe muito, dizendo: 'Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva'". (Mc 5.22-23). 

 

Falando-se, agora, no ato de adoração a Deus - ato exclusivo para a Santíssima Trindade - não há, nele, sentido algum de uma pessoa prostrar-se ante o Senhor, reconhecendo-lhe a magnitude, sem que seja para adorá-lo; pois, sem adoração, não pode haver reconhecimento da Soberania divina.

 Assim, aquele que lhe dá louvor - que é o intenso reconhecimento da sua divinal sapiência e grandeza - não pode fazer isso, sem que adore a Majestade do Senhor. Portanto, somente diante de Deus, o homem se prostrará em ato pleno de louvor e de concomitante adoração.

 Você tem apenas se prostrado, em reconhecimento da Majestade divina, ou vai à verdadeira adoração ao Pai, que procura a "tais que assim o adorem."? (Jo 4.23-24).

 

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