CRISTO NÃO É O CABEÇA DA IGREJA?!

 

Tem havido muita discussão sobre este assunto; as discussões tornam-se armadilhas, quando, antes de uma reflexão, partimos para assumir posição favorável ou contrária.

O bom senso, que nos falha ali e acolá, recomenda-nos respirar, antes de emitir um parecer. Todavia, retratar-se não é desdouro.

Quanto à questão levantada, há um argumento de natureza gramatical e teológica, para se afirmar que Jesus Cristo não é "o cabeça" da Igreja.

A palavra "cabeça", em português, é homógrafa (igualdade gráfica com outra) e homófona (igualdade de pronúncia com outra).

Os significados, circunstancialmente, ficam por conta do artigo masculino ou feminino que as determinarem. Assim: - o cabeça = líder, chefe, condutor - a cabeça = parte principal do corpo, onde está o comando determinante de suas ações. "..., porque sem mim, nada podeis fazer." (Jo 15.5).

Portanto, Jesus Cristo não é "o cabeça" da Igreja, porque ele não é "o líder".

Um líder é essencialmente igual ao liderado, ou seja, homem lidera homem; a posição de Jesus, em relação à sua Igreja, é muito superior à de um líder: ele é o Senhor da igreja.

A posição hierárquica daquele que "recebeu todo o poder no céu e na terra" (Mt 28.18) é a de Senhor.

O líder, quero dizer, "o cabeça", conduz o liderado e deve prestar contas da sua liderança, porque está incumbido de levar uma tarefa a um bom resultado.

O Senhor Jesus é, portanto, "a cabeça" que tem o governo e o senhorio do corpo.

"E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência." (Cl 1.18).

"Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo, naquele que é a cabeça, Cristo." (Ef 4.15).

"E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da Igreja." (Ef 1.22).

Ele, que é a cabeça do corpo, instituiu líderes que lhe prestarão contas.

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé, e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo." (Ef 4.11-14).