Leitura: 1Co. 5.9-13
Introdução
O desejo mais importante do ser humano é a vida saudável. É comum ouvir-se a frase: “o importante é ter saúde”. O homem e a doença são inimigos irreconciliáveis. Por isso, aos primeiros sintomas de que algo não está bem, corremos para o atendimento médico; sempre dispostos a aceitar qualquer procedimento indicado para a restauração.
A doença deprime, abate, agiganta-se e pode levar à morte, se a cura não for rápida e precisa. O corpo deve ser saudável!
Se o corpo humano, algo material, finito, só funciona perfeitamente, se estiver saudável, o que se pode dizer do corpo de Cristo, espiritual, eterno? O verdadeiro corpo de Cristo jamais adoece; portanto, nenhum membro doente faz parte dele.
Não é a soma de todas as convenções eclesiásticas, ministérios e congregações evangélicos que forma o corpo de Cristo; o corpo de Cristo, como tal, é constituído de membros; é formado por aqueles a quem o Senhor reconhece como dele. O apóstolo Paulo alerta para que o membro do corpo de Cristo distancie-se da vida pecaminosa:
“Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: o Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” (2Tm 2.19)
A igreja que estava em Corinto era privilegia por Deus: não lhe faltava nenhum dom! (1Co 1.7) e Paulo dava graças a Deus por aqueles irmãos (1.4). Que igreja não se sentiria honrada com tamanha distinção?
Entretanto, um problema havia ali, os crentes, ainda que avisados (5.9) não combatiam o pecado que ia minando a pureza do corpo do Senhor. Entre os crentes verdadeiros havia alguns que não se importavam de levar uma vida que os descredenciava como membros do corpo de Cristo.
Devemos entender que, entre aqueles a quem Deus reconhece como seus, há, também, os que se dizem irmãos, mas não o são, porque a vida que levam não prova o que dizem. Esses pretensos crentes trazem enfermidades que procuram atingir o corpo de Cristo. O dever da Igreja é tirá-los do convívio.
“... e não vos associeis às obras infrutíferas das trevas, pelo contrário: condenai-as.” (Ef 5.11)
A IGREJA NÃO PODE PRESCINDIR DA JORNADA ENTRE OS ÍMPIOS
O Senhor Jesus orou pela Igreja, mas não pediu ao Pai que a tirasse do mundo; pediu, sim, que ela fosse protegida do mal. (Jo 17.15). Segundo a exortação de Paulo, a Igreja não deve instituir uma vida monástica, à parte do mundo secular. (v.10b). É nesse mundo que a Igreja tem de viver, porque ela é “luz do mundo e sal da terra”. (Mt 5.13-14). Paulo afirma, ainda, que a igreja não deve julgar os pecadores por seus delitos: Deus os julgará. (v.13). A preocupação do apóstolo é interna; não externa.
A Igreja deve estar alerta contra os pecados que ocorrem em seu próprio meio. O pecado do mundo não atinge a Igreja; mas aquele que é cometido em seu ambiente é extremamente prejudicial.
A IGREJA PRECISA AFASTAR-SE DOS CRENTES PECAMINOSOS
Na verdade, a expressão “crente pecaminoso” é apenas um recurso de linguagem, para identificar aqueles que se fingem de irmãos no seio da Igreja. Nenhum verdadeiro crente é pecaminoso. O apóstolo Paulo é extremamente severo contra crentes pecaminosos infiltrados na Igreja. (v.11).
Essa categoria de pessoas é formada por rebeldes, normalmente avessos à disciplina, inimigos da Palavra de Deus, embora a conheçam.
“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te!” (2Tm 3.5)
A convivência de membros do corpo de Cristo com os falsos irmãos envenena toda a Igreja e, obviamente cessa a operação do Espírito Santo. (Ef 4.30-32).
Lembremo-nos da recomendação: “...e não vos conformeis com este mundo.” (Rm 12.2)
À IGREJA CABE EXCLUIR OS QUE INSISTEM NO ERRO
A igreja de Corinto já fora, anteriormente, exortada por Paulo a que tomasse providências quanto ao pecado, mas não o fez! Relembra o apóstolo:
“Já vos adverti por carta que não vos associeis a nada que fosse imoral.” (v.9 - destaque meu). Então repete:
“Entretanto, agora vos escrevo para que não vos associeis com qualquer pessoa que, afirmando-se irmão,...” (v.11 - destaque meu) viva indisciplinadamente.
Paulo proíbe todo tipo de comunhão com tais pessoas! Nem mesmo “sentar-se para uma refeição.” (v.11). Com palavras severas, o apóstolo ordena que aquele que prefere o comportamento reprovável seja excluído da Igreja.
Geralmente, a exclusão do rol de membros é vista pelos tolerantes do pecado como uma atitude desprovida de amor, cruel para com o próximo, praticada pelo ministério. Não é! Aliás, é doutrina bíblica!
A tolerância para com o pecado contumaz tem o mesmo valor de a Igreja aceitar no seu rol de membros quaisquer pessoas que desonrem a Cristo e ao evangelho. Quem apoiaria isso?
Conclusão
A mensagem da Palavra de Deus, no culto, traz alegria à alma, paz ao coração, é alimento espiritual para a congregação dos salvos. Mas é, também, repreensão severa e dolorida, como é dolorida uma severa providência paterna contra a desobediência do filho. Há mensagens que nos colocam contra a parede; mas são amorosas em seu intuito, dão espaço ao conserto e à reconciliação. São bíblicas, cristocêntricas!
Na Carta aos Romanos, Paulo recomenda:
“Considera, portanto, a bondade e a severidade de Deus; severidade para aqueles que caíram; mas, bondade para contigo, desde que permaneças firme na bondade dele; do contrário, também tu serás cortado.” (Rm 11.22)
Meditemos e esforcemo-nos para sermos uma igreja que, como Igreja, ande em absoluta conformidade com a Palavra de Deus. Amém.
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