sábado, 27 de novembro de 2021

O PECADO ESCONDIDO NA CONGREGAÇÃO





Leitura: Js 7.10-26.


Introdução 


Muitos crentes criam ideias e frases que fazem bem à situação de sua própria alma; uma dessas frases acomoda uma situação perigosa: “Deus odeia o pecado; mas ama o pecador”. Será verdade?

Ninguém duvide de que, “em cima do muro”, existe uma igreja grande e crescente, quanto à maneira de encarar a verdade bíblica. É a igreja que relativiza aquilo que é taxativo nas Escrituras Sagradas. Ontem, ouvi de um padre católico: “É assim, se você aceita, e é assim, se você recusa.”

Ainda que se criem “zonas de conforto para o homem carnal”, as determinações do Senhor, por meio das Escrituras Sagradas, são assim: imutáveis para quem as aceita e para quem as recusa.

 

Quanto a se dizer que Deus ama o pecador, cabe dizer que nenhum versículo da Bíblia informa isso; pois o Senhor não separa o pecado do pecador nem vice-versa. Primeiramente, é necessário observar que, do mesmo modo como construção e construtor implicam-se mutuamente, também se implicam pecado e pecador. Não existe um sem o outro, reciprocamente. O pecado não existe fora de um ser pecador.


Assim sendo, a ira do Senhor contra o pecado recai sobre o pecador. “A alma que pecar essa morrerá” (Ez 18.20). Acrescente-se, aqui, que a tolerância para com o pecador faz-nos também pecadores. (Rm 1.32), portanto, dignos de morte também.


A salvação não significa que Deus, por ser misericordioso e amoroso, finja não ver o pecado. O pecador continua provocando a ira de um Deus que é Santo e exige santidade. (1Pe 1.15-16).

Entretanto, é necessário entender que Deus estende ao pecador, que está sob maldição, a oportunidade de ele se tornar bendito (Jo 3.16). Portanto, Deus odeia o pecador que não se arrepende, e nega a oportunidade de salvação.


  1. O PECADO DE UM PREJUDICA A TODOS


Deus encarregou Josué para que ele desse prosseguimento à missão de conduzir o povo de Israel à terra prometida. O povo se comprometeu em obedecer à liderança decidida por Deus, dizendo a Josué: “Tudo quanto nos ordenaste, faremos e, aonde quer que nos enviares, iremos. Como em tudo ouvimos a Moisés, assim te ouviremos a ti, tão somente que o Senhor, teu Deus, seja contigo, como foi com Moisés.” (Js 1.16.17). Entretanto, a obra conduzida por Josué trouxe a ele algumas dificuldades causadas por aqueles que prometeram fidelidade.


Na ocasião da tomada de Jericó, uma cidade com 32km² de área, fortemente guarnecida por muralhas que tinham aproximadamente 9 metros de altura, e largura de 6 metros; ou seja, as muralhas tinham a largura de uma estrada. Isso a tornava praticamente impenetrável, uma fortaleza. Mas, para Deus não há impossível!

Josué tinha enviado dois espias para analisarem todas as condições do inimigo, a fim de providenciar a estratégia do ataque. É possível que Josué percebesse a dificuldade daquela investida e buscou a solução em Deus (6. 13-15).


O Senhor pessoalmente deu a Josué a estratégia e a vitória. (6.2-16; 20); entretanto, o Senhor havia dado ordem para que tudo, em Jericó, fosse destruído; os habitantes, seus bens mais preciosos e seus animais. Nada era aproveitável como sendo bens à disposição do povo, porque Deus considerou amaldiçoado tudo quanto era dos cananeus. A prata, o ouro e os vasos de ferro viraram espólio da Casa do Senhor. Deus deu a vitória a Israel, pois ele não falha em suas promessas.


Porém, um homem profanou a ordem de Deus. Acã trouxe, escondido, para casa, o que Deus mandara destruir e enterrou o material anátema em sua tenda. Além desse gravíssimo pecado de Acã (7.18-21), o povo também prevaricou, isto é, abusou da vitória alcançada sobre Jericó, e menosprezou os perigos da próxima investida sobre a cidade de Ai. (7. 1-5). Pecados geram graves derrotas. Acã e sua família foram apedrejados e tudo o que a ele pertencia destruído (7. 24-26). O triste salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Na igreja, o pecado de um membro prejudica toda a congregação, porque Deus retira daquele lugar a sua bênção, enquanto não houver reparação. Israel sofreu todos os dissabores do pecado praticado por Acã, além de ficar exposto ao esfriamento espiritual.



  1. A BÍBLIA ORDENA A EXCLUSÃO DO PECADOR QUE NÃO SE ARREPENDE



Desde o Antigo Testamento, Deus impõe castigo ao pecador. Já no Éden, Adão e Eva sofreram as penalidades impostas pela prática do pecado. A única maneira de um pecador livrar-se da pena irrefutável é o resgate feito por Cristo Jesus, na cruz do Calvário (Gn 3.15). Assim, os livros sagrados vão-nos apresentando a inexorabilidade da morte, por causa do pecado.

Acã se perdeu por causa do pecado, Ananias e Safira perderam-se por causa do pecado e assim tantos outros. No passado, a exclusão de entre o povo de Deus tinha como marca a morte física, a fim de exemplificar a gravidade de um comportamento pecaminoso. Na era presente, evidencia-se a morte espiritual, irreversível para muitos, como declara o apóstolo Paulo:


“... Por causa disto, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.” (1Co 11.30).


Se o pecado de um impede que Deus abençoe a igreja, não é sem motivo que o apóstolo Paulo, além de outros casos de exclusão, mandou que afastassem um rapaz, membro da igreja em Corinto. Pedro repreendeu a Ananias e Safira, os quais perderam a vida física e espiritual. João proibiu que se ore pelos que se mantêm na impiedade. À Igreja foi dada a missão de agregar, mas também de aperfeiçoar os membros do corpo de Cristo. Aperfeiçoar significa eliminar as imperfeições com que o pecado contumaz deslustra a Igreja do Senhor e impede as bênçãos de Deus.


Conclusão


Embora este conteúdo pareça muito severo, não o é. A severidade aqui aparente é das Escrituras Sagradas e a Palavra de Deus é intransigente.


“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para os que caíram, severidade; mas, para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra forma, também tu serás cortado.” (Rm 11.22).


Na introdução fiz alusão a crentes que formam uma “igreja em cima do muro”; criadores de uma “zona de conforto” para a sua despreocupação espiritual. O comodismo espiritual é caminho que leva ao pecado e este leva à morte.  Diz ainda a Palavra de Deus:


“Por isso, diz: ‘Desperta, tu, que dormes, e levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” (Ef 5.14).


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