sexta-feira, 17 de setembro de 2021

JESUS CRISTO, O BOM PASTOR

 


 imagem freepik

Leitura: João 10.1-18.

Introdução

Em muitas passagens Jesus chamou a atenção dos seus ouvintes com a expressão: “Na verdade, na verdade”. Com isso o Senhor enfatizava a grande importância do que ensinava. Não bastava ouvir; era necessário compreender, assimilar e viver a sua doutrina. A Igreja precisa manter-se atenta à mensagem que lhe vem da parte de Deus. Hoje, ele se apresenta a nós como o Bom Pastor!

Nesse capítulo, o Senhor Jesus Cristo declara ser a porta. Toda porta se abre para dar acesso a um lugar. Ele é a porta e o caminho que nos leva ao céu (Jo 14.6). Quem entrar pela porta, que é Jesus, alcançará a salvação (Jo 10.9).

Uma porta também indica início do trajeto. Jesus é a porta para a salvação (Atos 4.12). Finalmente, ele é a porta para todas as atividades no Reino de Deus. (Jo 15.5)

O texto de João 10 1-18 pode ser analisado sob dois aspectos: o soteriológico, isto é, sob o ponto de vista da salvação, e o eclesiástico, isto é, sob o ponto de vista da atividade pastoral na igreja.

1.      O ASPECTO SOTERIOLÓGICO

O ser humano não tem necessidade mais urgente nem mais importante do que a salvação de sua alma. Jesus diz:

“... Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, o que daria o homem pelo resgate de sua alma?” (Mc 8.36).

 

Assim, a preocupação fundamental para o homem não deve ser acumular bens materiais ou a maneira como passará o seu tempo neste mundo, mas como e onde passará toda a eternidade em que entrará após a sua partida daqui. Jesus Cristo ensinou:

 

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem; e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem; nem os ladrões minam, nem roubam. Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração.” (Mt 6.19-21).

 

Jesus compara aqueles que o ouvem a ovelhas. Nós costumamos usar uma linguagem metafórica para nos referir a características das pessoas: o homem forte é um leão; o falso, uma serpente; o frouxo, uma barata etc. Jesus chama os seus seguidores de ovelhas, devido às características desse animal: fragilidade e dependência, obediência ao seu guia, comportamento grupal, fuga dos estranhos. As ovelhas só reconhecem a voz do seu pastor, e sabem que ele as protege e as conduz a um bom pasto.

Jesus tem grande preocupação com as ovelhas. O apóstolo Pedro três vezes negara o Senhor. Restaurado de seu erro, três vezes também, o Senhor lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas” (João 21.15-17). As ovelhas perdidas são a causa do amor de Cristo (Lc 15.1-7; Ez 34.22-23). Por isso, em Mateus 28.19-20, Jesus, o Senhor, manda-nos anunciar ao mundo a declaração que o Senhor faz de si mesmo, na condição de Bom Pastor:

“O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura da prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes...” (Is 61.1-2).

Jesus veio trazer liberdade aos cativos de Satanás e abertura da prisão aos que vivem presos à ignorância do evangelho e aos enganos deste mundo. A Palavra do Senhor para a humanidade é Salvação.

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lc 19.10).

 

 

2.      O ASPECTO ECLESIÁSTICO

Já vimos o valor que Cristo dá às suas ovelhas, ou seja, à sua Igreja. Por ela, o Senhor deu a sua própria vida no martírio da cruz. No evangelho de João 2.13-17, está a narrativa da severidade com que Jesus tratou os que agiam mal no templo, ou seja, no aprisco das ovelhas, pois ali era lugar de reunião dos que buscavam a Deus. Ninguém pense que o zelo divino acabou.

Mesmo investidos de função pastoral, os que, de algum modo, interrompem a paz e a união, levando as ovelhas do Senhor ao desvio, ou às falsas doutrinas; agem como ladrões e salteadores. O versículo 10 faz referência a esses homens, os quais vêm para roubar ovelhas do aprisco, matar a fé dessas ovelhas e destruir a obra de salvação. Jesus não disse, aí, que o diabo vem a matar, a roubar e a destruir, como muitos ensinam. Ele falou dos falsos pastores, que desvirtuam a Palavra sadia em proveito próprio e dos mercenários, que vivem de roubar as ovelhas, mas não lhes dão o necessário. Esses tais têm contas a ajustar com o Senhor da Igreja.

O Bom Pastor deu homens às usas ovelhas, para que cuidem bem delas. Quem se faz a si mesmo pastor, não foi chamado para a obra, mas vem como ladrão, salteador e mercenário, pois não entra pela porta (Jo 10.7). Quem convoca os pastores para o rebanho é o Senhor (Ef 4.11). Os ladrões, os assaltantes e os mercenários invadem o aprisco, para se utilizarem das ovelhas em proveito próprio. Jesus disse “Eu sou o Bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (v.11). Ele é exemplo para os pastores que chamou, porque ele deu a sua vida por nós!

Evidentemente, não se deve atribuir o versículo 11 aos pastores que lideram igrejas. Somente Jesus deu a sua vida pelas ovelhas. Ainda que um pastor morra em defesa das ovelhas, não está incluído nesse versículo. Dar a vida é entregar-se à obra pelas ovelhas. Jesus fez muito mais, foi à cruz!

Para ser verdadeiro, o pastor, líder das ovelhas, tem que entrar no aprisco pela porta. Essa porta é Jesus (v.9). O Espírito Santo é o porteiro que abre a porta para que o pastor entre no aprisco. Os que não entram pela porta não passam pelo porteiro, logo, não têm autoridade dada pelo Espírito Santo.

As ovelhas ouvem a voz do pastor líder, e jamais ouvirão a voz do estranho, porque ele é quem está habilitado pelo Espírito de Deus, para entrar no aprisco, e para conduzir as ovelhas às pastagens. (vv. 3, 4, 9). A igreja bem conduzida não atende a estranhos que semeiam a má semente no plantio de trigo, porque está fundamentada e segura na Palavra de Deus.

Conclusão

Toda a linguagem figurada que se vê no capítulo abordado é maravilhosa. Ela nos leva à percepção da grandiosidade do caráter de Jesus Cristo, o Bom Pastor, o Senhor absoluto da Igreja, e o seu maravilhoso afeto pelas ovelhas já reunidas e o seu amor pelas que estão afastadas da sua graça. Jesus mesmo disse, profeticamente, aos seus discípulos judeus:

 

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” (v 16).

 

Esse pastor não é o Papa, como quer o ecumenismo da Igreja Romana; mas o próprio Cristo de Deus que se entregou à morte de cruz para a salvação da humanidade.

Glória a Deus! As outras ovelhas, que estavam fora daquele aprisco, somos nós, os gentios, a quem ele reuniu ao seu povo pela morte na cruz.

 

“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, já, pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual, de ambos os povos, fez um, derribando a parece de separação que estava no meio.” (Ef 1.13.14).

“... vós que em outro tempo não éreis povo, mas, agora sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.” (1Pe 2.9).

 

Levemos ao mundo a mensagem do Bom Pastor, para aniquilar as más obras dos ladrões da doutrina santa do evangelho, dos salteadores do alimento sadio e dos que matam a fé daqueles que fraquejam. Amém.

 

 

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