quarta-feira, 22 de setembro de 2021

EVANGELHO GASTRONÔMICO

 




Introdução

A palavra gastronomia tem origem no grego. Forma-se pela junção de dois radicais: gastro (estômago) e nomia (norma). Falando-se de modo geral, a gastronomia trata do estudo e da prática de elaborar bons e saborosos alimentos. Inclui-se nesse sentido a satisfação de apreciar aquilo que a gastronomia produz. A partir disso, é possível perceber-se que há dois lados indispensáveis para que haja gastronomia: o preparador do alimento e o consumidor. Aliás, as atividades humanas sempre envolvem um polo ativo e um polo passivo.

A propagação do evangelho entre os homens também é um trabalho baseado em dois polos: de um lado, o anunciador da Boa Nova; de outro, o receptor da mensagem. O problema está em que a Boa Nova pode ser adulterada em seu conteúdo, ocasionando graves problemas para o Reino de Deus. Em nossos dias, há grande escassez na preparação de “propagadores do evangelho”, o que vem mostrando o prejuízo na divulgação do evangelho cristocêntrico.


 1.      A ATUAL CARÊNCIA DE OBREIROS PREPARADOS


É indispensável o rigor na seleção daqueles que se propõem a anunciar o evangelho da salvação, ou o seu estudo. Reconhecemos que o Senhor chama à obra os que ele quer; mas isso está intimamente ligado à decisão da liderança de uma igreja provida de discernimento espiritual, a quem todo candidato deve estar submetido. A submissão a uma liderança eficaz é condição sine qua non para quem quer trabalhar na causa do Senhor Jesus.

Embora o sacerdote Eli estivesse em situação de fracasso espiritual, Deus não o destituíra da liderança; por isso, o jovem Samuel estava sob seus cuidados espirituais.

“E o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o Senhor, também para com os homens.” (1Sm 2.26).

“... E o Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui. E correu a Eli e disse: Eis-me aqui, porque me chamaste. (...)” (1Sm 3.5).

O apregoador do evangelho reconhece a liderança à qual está submetido. Muitas vezes, fala-se em “pregador autônomo”, isto é, não submetido a um governo eclesiástico. Devemos fugir desses maus obreiros. O apóstolo Paulo foi um preparador de obreiros. A Timóteo ele diz:

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2Tm 2.15).

Outro ensino paulino aos anunciadores do evangelho:

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Fp 2. 3).

Muitas são as recomendações bíblicas para que se evitem problemas na verdadeira difusão da palavra de Deus. Homens preparados resultam boa colheita para o Reino de Deus. O Senhor Jesus fez referência ao grave problema causado pelo descuido dos que deviam vigiar a prática da semeadura de trigo, o que possibilitou a infiltração do inimigo, semeando o joio na obra. (Mt 13.24-30).

Quando o Senhor Jesus comissionou os seus discípulos, a quem ele instruíra durante três anos, ordenou que eles também ensinassem aos povos. (Mt 28.19-20). O Senhor não autorizou que eles ensinassem “o que achavam”; mas que ensinassem “tudo quanto ele mandara”. O bom propagador do evangelho deve estar preparado para ensinar somente o que Jesus mandou, sem modificações, nem acréscimos. Cabe às igrejas o preparo daqueles a quem envia ao mundo. Vale lembrar que todos os crentes fazem parte dessa grande comissão; ninguém está isento de ir e anunciar o evangelho, por isso, ninguém está isento de preparo por meio da oração, da aprendizagem e do estudo da Palavra de Deus, até que, no quesito propagação do evangelho, todo crente se torne “obreiro que não tem de que se envergonhar.”

 

 2.      OS PREJUÍZOS INTERNOS E EXTERNOS CAUSADOS POR MAUS OBREIROS


Quando se fala em maus obreiros, não quer dizer que se faça referência apenas a homens que, de propósito, falseiam a verdade do evangelho ao mundo, a fim de alcançar as suas próprias concupiscências. Desses há muitos em rádios e televisões. Todavia, Fala-se também naqueles que semeiam no ambiente das igrejas suas ideologias, as quais não cabem na pureza do evangelho de Cristo. Pode-se, ainda, ajuntar aos dois tipos mencionados, os crentes que não se preocupam com a instrução bíblica oferecida em reuniões de estudos nas igrejas e nas indispensáveis Escolas Dominicais. Essa é a razão de se falar em prejuízos internos e externos. Os prejuízos internos são causados por crentes avessos ao discipulado e por propagadores de heresias os quais se infiltram na área de ensino de muitas igrejas. Esses males produzem uma igreja inapta, constituída de obreiros despreparados. A causa disso é a dispersão de quem deveria vigiar, a fim de evitar o joio semeado com o trigo.

Os prejuízos externos são vistos, hoje, nas multidões de pessoas que se dizem cristãs; mas, por se aliarem a uma liderança mercenária, tornam-se plantas ressequidas, completamente afastadas daquilo que Jesus mandou que seus discípulos ensinassem. Os tais se tornam embevecidos nos seus próprios interesses carnais. A questão aqui levantada não é denominacional; é doutrinal.

 

“... João disse: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.” (Lc 9.49-50).

Os discípulos agiram tal como preconceituosos denominacionais. A questão deles não era a doutrina de Jesus; mas, que “ele não te segue conosco”. Noutra ocasião, Jesus disse:

 

“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.” (Mt 12.30).

 

  Agora, a questão era doutrinária; pois o contexto tratava de um raciocínio de Jesus sobre o reino dividido. Obviamente, Jesus não expulsava demônios por Belzebu, mas, pelo Espírito de Deus. (Mt 12.28). As igrejas cristãs podem constituir denominações distintas, mas serão coirmãs (sem hífen, mesmo), se estiverem em consonância com as Escrituras Sagradas.

As pseudoigrejas são assim chamadas, por causa das suas práticas em desacordo com as Escrituras. Quer queiram, quer não, são falsas igrejas evangélicas que pregam um falso evangelho.

“Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8).

 

As lideranças falsamente cristãs fazem-se como representantes dos seus seguidores diante de Deus. Em todo lugar se ouve falar no “deus do apóstolo”, no “pacto que enriquece”, na “água milagrosa”, entre outras feitiçarias, cuja finalidade é mercenária. Quão grande tem sido o prejuízo externo produzido por líderes falsamente cristãos.

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos, porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos... tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te.” (2Tm 3.2ss).

 

Conclusão

As Escrituras Sagradas são tão claras nas instruções dos que querem honrar a Cristo e ao seu santo evangelho, que, por antigos que sejam os textos nelas registrados, não precisam de quaisquer adaptações para o nosso tempo. Se há crentes no engano, isso ocorre por decisão deles, que erram, por não examinarem as Escrituras. Jesus mesmo disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mt 22.29).

Há multidões, seguindo os lideres falsamente cristãos, porque não querem ouvir o evangelho de salvação, mas dão preferência ao engodo que explora as suas concupiscências. A esses, Deus os entrega ao engano que guardam no próprio coração.

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Rm 1.21-22).

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