Ensinar é, antes de tudo,
despertar raciocínios, transformar mentes; ou seja, ensinar é gerar um
indivíduo para formar uma sociedade. Se partirmos dessa premissa, concluiremos
que, no Brasil, há tempo não se pratica o ensino.
Crianças frequentam escolas em
que não se nota o menor interesse pela formação dos indivíduos que deverão
compor uma sociedade bem equilibrada. Na escola, pelo menos na maioria delas -
sejam públicas ou privadas - não se preza a disciplina, condição “sine qua non”
para que se tenha um “discípulo” verdadeiro. Discipular opõe-se a
“indisciplinar” ou aceitar a indisciplina. Assim, o problema começa na relação
mestre-discípulo, porque já, praticamente, não há mestres como outrora.
Praticamente, a instituição chamada
de escola particular abraçou o viés comercial, por meio do qual “empresários da
educação” (?) enchem seus bolsos ano a ano; e, para a manutenção de um “status”
comercial, contratam professores cuja eficiência profissional carece de aval.
Os respeitáveis livros didáticos de outros tempos deram lugar a famigeradas
“apostilas”, as quais, quanto mais coloridas, mais atraentes; porém,
paupérrimas de conteúdo. Os professores dessas redes são bem apessoados,
jovens, geralmente provindos da classe média alta e de outras escolas
particulares; por isso, intimamente ligados aos seus alunos, naquilo que se
refere ao “meio social”. Mas esse “meio social” é corrompido há muito tempo;
logo...
A escola pública praticamente
dispensa comentários, é exatamente o inverso, pois recebe um alunado sem
estrutura social, que será “orientado” por professores que ministrarão mais de
uma matéria, carregados de burocracia, papéis, papeletas, correção de “PDL:
prova dada na lousa”. Na escola pública o pátio é a grande sala de aula.
Diante disso, fica muito
difícil entender que haja processo educacional disponível a todo cidadão
brasileiro, ainda que se ressalve uma escola particular aqui ou ali; uma escola
pública ali ou acolá. Mas, tanto ali como acolá há milhares de cidadãos carentes
de ensino, os quais jamais serão alcançados por essa bênção. Pobre educação
brasileira!
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