Os pais podem bater nos filhos? De acordo com o que diz a
Bíblia pode! A Bíblia manda corrigir filhos com vara! Calma! Vamos examinar. Que passagens da Bíblia podem ser
entendidas com uma autorização para “bater” nos filhos? Vamos à leitura delas:
“A falta de bom senso está ligada ao
coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele.” (Provérbios (de Salomão) 22.15.
“A vara e a repreensão dão sabedoria; mas
o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe” (Pv 29.15).
“O que retém a sua vara aborrece a seu
filho; mas o que o ama a seu tempo o castiga” (Pv 13.24)
“Se suportais a correção, Deus vos trata
como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?” (Hebreus, 12.7).
“Além do que tivemos nossos pais, segundo
a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos;...” (Hb 12.9).
À primeira vista, e lidas de
modo desavisado as passagens transcritas podem servir de argumento para
justificar a atuação de pais violentos. Todavia, não há no contexto bíblico
nenhuma incitação à violência - ato gratuito de agressão física ou psicológica
de outrem. Grande parte dos textos bíblicos, mormente os poéticos (Salmos,
Cantares de Salomão) ou os sapienciais (Provérbios de Salomão, Eclesiastes),
valem-se de linguagem figurada (expressões literárias). Essas requerem
interpretação dentro do seu contexto.
As passagens levantadas deixam
bem clara a orientação para que se eduquem as crianças com autoridade, daí o uso
insistente da palavra “vara”. Ora, convém observar que essa palavra está empregada
em sentido conotativo, figurado, simbólico. Vara é símbolo de autoridade, de
castigo ou repreensão, tanto quanto espada é símbolo de justiça e cruz
representa o cristianismo. Em termos de estudos literários é uma sinédoque. Enfim,
deve-se notar que a Bíblia impõe aos pais o dever de corrigir o trajeto de seus
filhos com “vara”.
O tom imperativo das passagens
mencionadas reserva aos pais essa obrigação. A quem cabe a educação da criança?
Modernamente, essa tarefa tem sido delegada às cuidadoras de crianças (babás)
ou à escola. Claro que a função da escola é colaborar com a educação da criança,
ampliando os horizontes dessa educação, para o convívio social. Mas,
indispensavelmente, a tarefa está delegada aos pais, à família, hoje
vilipendiada.
Estamos sob um governo autoritário e interveniente nas
relações familiares. Essa interveniência é maléfica; pois é dado a cada família
o direito de administrar suas convicções morais éticas ou religiosas, sem
desrespeito à Constituição Federal. Não é necessária uma lei que se torne “os
olhos do Grande Irmão” sobre as famílias. É necessário que o governo se empenhe
na escolaridade formadora de bons cidadãos, os quais gerarão boas famílias.
A intenção escusa do partido
que ora governa o país é a desagregação familiar, para transformar o Brasil
numa terra de libertinagem, como se observa naquilo que sugerem certos canais
de televisão, com seus sórdidos programas, com uma mídia dissociada dos
interesses familiares, haja vista a ênfase dada aos eventos que marcam a
irreverência, o desrespeito, a sexualidade explícita e mal conduzida. Isso é o
que pretende o governo brasileiro atual, apoiado por “artistas” decadentes e de
passado criticável.
Claro que não há necessidade de
uma lei específica para o assunto; pois corrigir o filho com “vara” é educá-lo
sob autoridade (até mesmo com uma palmada!). O que se deve punir com o máximo
rigor (máximo rigor é o que nossos juízes têm desprezado) é a agressão física
ou psicológica, seja contra criança ou contra adulto. O juiz que use a “vara”!
Deve-se entender que a educação
dos filhos compete aos pais. Quem educa usa a vara, isto é a autoridade de que
é investido; portanto, é irracional que um governo retire da paternidade essa
obrigação, alegando os casos de incompetência e de ignorância. Se há
incompetência e ignorância, esse mal é fruto da má administração do Estado
naquilo que se refere à Educação.
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