Tenho lido inúmeras informações de que os cultos evangélicos estão perdendo - se não perderam - sua verdadeira função. Há crentes decepcionados: uns revoltados, outros, desanimados. Chegam a dizer que estão fartos de suas igrejas.
Vejo aí declarações preocupantes. Tem-se falado tanto das heresias neopentecostais, que, de fato, saturam a vida dita evangélica; mas não se tem voltado os olhos para a membresia das igrejas que chamamos de "sérias". Enquanto não se olha para a própria casa, o mal vai corroendo grande quantidade de almas.
As igrejas estão cheias de insatisfeitos; uns mantêm insatisfação surda, calada, internalizada (mas seus rostos não conseguem negar). Outra parte reclama, aponta os erros, esbraveja.
Que acontece?...
Reconheço a existência de muitos erros em todas as igrejas. Assim, não existe "igreja boa", porque os homens não são bons! Porém, acredito que o início de todo esse incômodo está exatamente na busca de "uma boa igreja". Vontade risível, pois, onde ela chegar, acaba essa perfeição. Essa é a causa de vivemos a geração dos "crentes observadores", os quais andam, a cada semana, em uma igreja. Esses são os futuros moderníssimos "desigrejados".
A busca da "igreja em que me sinto bem" desenvolve o grave problema de não se ver virtude; só defeito. Vigoram os olhos eternamente míopes. A percepção de defeitos vai-se aguçando dia a dia, até que o indivíduo já sai de casa com essa intenção desgraçada. Vai fazer o quê? Verá defeito até na igreja que decidiu visitar, embora não a conheça. Sua crítica virou hábito, vício. Vai criticar tudo com todos, espalhando seu mal-estar.
Outro problema do insatisfeito com o culto é o fato de ele não ter a noção do que é "culto".
Embora as igrejas reúnam muitas pessoas, o culto é uma disposição individual. Sem isso, a atividade conjunta fica prejudicada.
Cultuar é prestar adoração a Deus, em reconhecimento de quem Ele é. Cultuar é louvar a Deus, em agradecimento de seu favor para conosco. Assim, cada adorador tem de prestar seu culto em espírito e em verdade (João, 4.23). O culto coletivo tem de ser a perfeita soma dos cultos pessoais. Se alguém não tem esse espírito, não cultua a Deus; está, apenas, dentro de um ambiente e interessado em coisas que não fazem parte dessa necessária comunhão com Deus e com os verdadeiros irmãos.
Se você não está satisfeito com a sua igreja, procure verificar qual a sua situação de adorador. Se, ali, não pode prestar a "sua" adoração, mude-se, para manter esse nível de culto.
Mas, saiba, a maioria não precisa mudar o local de culto; precisa mudar o "seu" culto.
Disse Jesus: "... No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São esses os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". (João, 4.23-24).
Agora, pensemos: quantos, dentro da igreja, prestam realmente um culto a Deus?
Concordo, principalmente com esta citação: "Outro problema do insatisfeito com o culto é o fato de ele não ter a noção do que é "culto".
ResponderExcluirSe não repensarmos melhor nossa liturgia, rever alguns conceitos, examinar as tradições que seguimos mas que não possuem respaldo bíblico, dificilmente o cristianismo retornará ao trilho. Acima de tudo precisamos ensinar e praticar o IDE e deixarmos definitivamente a cultura do VINDE.