quinta-feira, 28 de novembro de 2013

POR QUE SUICÍDIOS?


 

Tenho observado que uma das atividades humanas menos privilegiadas no espaço urbano é o raciocínio. A vida neste século tornou-se automatizada, robotizada: tudo está pronto; basta consumir. O processo da compreensão de si mesmo, do outro e do mundo ficou desgastado pela rapidez das soluções. Obrigo-me a usar um estereótipo: “a máquina absorveu o homem”. Apesar de estereotipada, a frase não deixa de constatar uma verdade.

Subjugado o raciocínio, o homem passa a buscar soluções no emocional, o que se torna um perigo. O emocional estimula a autopreservação, em detrimento do próximo. É o que vivemos em todas as circunstâncias da vida moderna. No trânsito de automóveis o espaço nos pertence e jamais cabe o outro; nos assentos dos coletivos, pouco me interessam lugares reservados, velhos são pessoas que atrapalham tudo.

Quando se trata de autoridade, o subjetivismo torna-se rubro, fica raivoso, grosseiro, pois o indivíduo não aceita determinações, foge da cooperação, personaliza-se. É a cultura do “ninguém manda em mim”. Por que a família, as comunidades religiosas, as instituições de ensino estão em crise? Porque impera a malvada lei do subjetivismo. Essa lei não tem argumentos, as coisas são assim “porque eu acho que são”.

O homem é, de fato, dual: racional e emotivo, e esses polos não podem sobrepor-se um ao outro. Logo, a desestruturação dessa composição é que gera a excessiva racionalidade de uns, tornando-os absolutamente insensíveis à vida e ao próximo, ou a excessiva subjetividade, que torna o indivíduo suscetível às suas mais variadas imaginações. Enquanto aqueles ignoram as circunstâncias, pois se veem acima delas, esses amam e odeiam com a mesma facilidade, porque para seu “sentimento” não há explicação plausível.

Não devo continuar minha intromissão em seara alheia, quando me faltam os recursos técnicos ou científicos para essa abordagem. O que registrei é fruto da minha ampliação dos estudos feitos nos bancos acadêmicos, em Psicologia da Educação, além da observação dos relacionamentos sociais, dentro de que convivo profissionalmente. Mas, não é essa a razão da página.

Considero que o arbítrio humano é limitado. Já no Éden, o homem deveria entender o que é a limitação para seus atos. Perdeu-se da direção divina, ficando exposto à manipulação satânica.

A primeira atitude do diabo contra a humanidade foi atingir-lhe o cérebro: o pensamento. Encontrou espaço e dali não saiu mais, geração após geração. Constatação: o cérebro humano ficou submetido ao interesse do mal. Para isso produziu-se o desequilíbrio entre o racional e o emocional.

Aí, acredito, a razão para muitos eventos que nos desconcertam, como é o suicídio. O diabo provoca o suicídio, quando consegue dominar todo o emocional de sua vítima. Por isso o suicida não vê possibilidade de retomada do caminho, não vê possibilidade de ajuda, não se comove com os que o amam. O suicida entra numa situação de autocomiseração até o ponto de dar cabo da sua “inútil” existência terrena. O diabo vai cercando sua vítima aos poucos, vai enchendo-a de desesperança, de uma muda solidão, vai-lhe escurecendo a estrada da vida, até que, de um bote, arranca-lhe a vida.

“Porque o salário do pecado é a morte; mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

Onde está o resgate para o suicida. Ora, já não há. Onde está o resgate para quem demonstra desequilíbrio emocional? Para a questão psicológica, a Psicologia está apta a fazer acompanhamento que reconduza ao equilíbrio. Para os casos mais graves, a Medicina psiquiátrica, com a farmacologia, oferece recursos. Não devemos descuidar desses tratamentos. O Mal, quando não produz a enfermidade, procura usá-la para destruição. Portanto, pensemos em curar os nossos enfermos.

Sabendo-se que o Mal se aproveita do pensamento (cérebro), gerando o desequilíbrio já mencionado, a cura está na luta contra as forças maléficas, por meio da atenção à Palavra de Deus, ao reconhecimento de que todo homem é pecador e carente da reconciliação com Deus. Essa reconciliação e, consequentemente, o reequilíbrio - a cura - virá por intermédio de Jesus Cristo, único e suficiente salvador daquele que o aceitar.

É urgente que Jesus Cristo seja apresentado a essa nossa geração problemática, emotiva, praticamente irracional em suas atitudes. Sem Ele, o mal se agravará pela opressão a que cada um de nós está exposto nessa contemporaneidade.

Jesus é o equilíbrio da vida humana. Ele é “o caminho, a verdade e a vida”. (João .14.6).

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