"E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie: gado e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi feito." (Gn 2: 24).
"E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança... (Gn 2: 36)
"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente." (Gn 2: 7).
"Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo não sei; se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu." (2 Co 12: 2).
Há uma diferença marcante na vida terrestre: uma parte desta vida ( o que chamamos de animais ou de vegetais) não ultrapassa o limite de "alma vivente", mas outra parcela vai além disso: o Homem.
A humanidade, que se distanciou de Deus, procura por todos os meios rebaixar-se à condição de alma vivente, quando entende que é apenas um ser materialmente mortal; ainda que essa atitude a incomode sobremaneira, já que evita comportar-se como simples alma vivente. Ora, as almas viventes não têm qualquer preocupação com o desenvolvimento material, não têm relação com o progresso econômico, nem com o intelecto. Todas as suas ações são fruto do instinto da sua espécie. Somente o Homem recebeu a capacidade para decidir o que fazer ou não fazer; é dotado de volição.
Por causa dessa sua insistência em querer ser apenas um ente material extinguível, o ser humano vem-se afundadando num lamaçal que o afoga a cada dia. O desprezo pela vida além-túmulo leva-o a uma vida presente conturbada, sem horizonte; interessada, apenas, no usufruto das benesses que pode extrair de um solo que ele mesmo deteriora em proveito pessoal e egoísta. A capacidade intelectual fica restrita à produção de um prazer pequeno, incapaz de atingir os mais elevados desígnios do Criador.
A Bíblia chama essa parcela da humanidade de "homem natural": isto é, o Homem que se mantém à própria custa na posição de "alma vivente" (1Co 2: 14).
Por outro lado, que função teria um ser especialmente criado, já que a ele foi dada a bênção da análise e compreensão do mundo, se toda essa riqueza se esvaísse em gerações de 70, 80 ou 100 anos? Que finalidade teriam as suas descobertas e invenções e conhecimentos apenas para um tempo tão efêmero? Não será tal entendimento uma grande ignorância dos propósitos divinos? Conclui-se, diante de tão simples observação, que a vida física do Homem seria um desperdício do Grande Criador.
Deus, porém, tem seus desígnios imensuráveis. Daquilo que o Altíssimo criou nada resulta vazio ou sem propósitos: nem mesmo a pobre inteligência humana se acomoda no sem propósito. Por isso mesmo é que o crente Jó é interrogado "Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e tu responde-me: Onde estavas tu, quando eu fundei a terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? [...] Ou ordenarás aos raiois que saiam e te digam: Eis-nos aqui?" (Jó 38).
Aí está um trecho em que Deus cala a boca do estulto de forma irônica. Pobre do homem natural! Ele é o representante da espécie enganada no Éden: provou do fruto, para que se igualasse ao Todo-Poderoso, e se tornou ignominioso. Entretanto, aprouve a Deus criar, por Jesus Cristo, Seu Filho, uma geração de filhos sábios: aqueles que compreendem as coisas espirituais. Porque são nascidos de novo, discernem as coisas do Espírito de Deus: "Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido, porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." (1Co 2: 15).
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