quarta-feira, 11 de abril de 2012

EDUCAÇÃO? PARA QUEM?

O termo Educação (ainda que se empregue inicial maiúscula) é de natureza genérica. Pode-se dizer que Educação seja o sistema que uma sociedade utilize, a fim de padronizar conhecimentos, práticas e hábitos dos indivíduos que a compõem. Nesse sistema é imprescindível a Prática do Ensino, isto é, a metodologia que definirá metas para alcançar seu escopo.
Aqui, a intenção está voltada para a breve análise de uma faceta do Sistema de Ensino no Brasil. Logo pela manhã, vi em um importante canal de televisão rasgados elogios à Presidência da República (prefiro mencionar a entidade) relativamente ao interesse em acordos com as grandes Universidades americanas (e mesmo europeias), para o aperfeiçoamento dos nossos cientistas e tecnólogos.
Maravilhoso seria tudo isso, se já houvéssemos rompido a divisão mais que centenária entre a Casa Grande e a Senzala. O fosso permanece aberto. A Casa Grande está feliz, pois aparecerá aos olhos do mundo evoluído. As parcerias farão da Casa Grande da 6ª Economia do Mundo (chique!) um aliado internacional. Mas, (sempre aparece um mas) à vista de quem percebe, há, além da Casa Grande, a Senzala. A esta não pertence o mundo maravilhoso das Ciências, nem a escolaridade média. Em Maceió, as aulas no Ensino Fundamental e Médio ainda não iniciaram o ano letivo, porque não há prédio pronto para abrigar os jovens da Senzala (e estamos em meados de abril!). A Casa Grande está feliz. A Senzala sofre suas agruras. Pensando bem, a Senzala tem melhorado: alguns de seus moradores recebem auxílio alimentação "doado" pelo Governo; os enfermos podem valer-se do SUS (Sistema Único de Saúde) etc. A Senzala tem mais: aguarda ansiosa a Copa do Mundo! A Senzala recebe "panis et circensis"; mas não sabe o que é instrução. Que professor das redes públicas de Ensino irá para Boston? Quantos cursarão no MIT?
Nenhum, certamente, afinal, eles frequentam a Senzala, não lhes cabe a Casa Grande.
Que bom! O Brasil-Casa Grande participará de grandes projetos técnico-científicos. O Brasil-Senzala ainda não saberá a diferença entre "agente" e a gente". O Brasil-Senzala não é "agente": é "a gente".

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