sexta-feira, 13 de abril de 2012

AGORA É PRESIDENTA, E PRONTO!



Se não me engano, há um filme chamado “Riquinho” ou coisa perecida. Trata-se de um garotinho tão mimado, que se torna a pessoa mais importante do seu universo. Tudo é feito para qualquer mera satisfação dele. Será que já vi esse filme, ou é coisa da minha imaginação? De qualquer forma, essa arrogância mostrada pela arte cinematográfica tem como protagonista uma criança; nem ficaria bem se representar por um adulto. No cinema, não!
Agora, vemos, a cada dia, as determinações e atitudes do nosso governo federal serem dadas por “adultos-meninos riquinhos”, isto é, são ordens emanadas de alguém que só falta dizer uma frase bem pueril: “Eu quero que seja assim!”. E, o pior, tais atitudes frívolas se referem aos mais desimportantes assuntos nacionais. Hoje é a questão de deixar bem marcado qual profissional é homem; qual é mulher e, não se espantem se logo, logo, não aparecer uma identificação para profissionais da banda do “nem-lá-nem-cá”.
Sinceramente, já não vejo com bons olhos aquele tal Acordo Ortográfico, assinado pelos países de língua portuguesa. Para mim, não se trata de nenhum interesse linguístico, que preserve a autonomia da língua portuguesa de cada país. Se o fosse, poderíamos, por exemplo, criar um “Acordo para Unificação do Falar a Língua Portuguesa no Brasil”. Dessa forma, veríamos baianos obrigados a falar como gaúchos e vice-versa. Que tal a proposta?
Ora, o Acordo Ortográfico a que me refiro tem, antes de tudo, interesse econômico e político; nada com o escrever e falar a língua (no caso do Brasil) brasileira. Mas, isso não está em pauta.
Agora, encaramos um governo que decide como devemos falar, com apenas uma “canetada” que defende algo absolutamente banal, ridículo e pueril. A Senhora Dilma, por força de sua assinatura, passa a ser, necessariamente, PRESIDENTA DA REPÚBLICA! Indubitavelmente, isso fará uma enorme diferença nos destinos desta terra descoberta (ai!) por Cabral!
O governo ignora que o assunto do gênero dos substantivos não é novo. Há décadas, estudiosos mostram seu parecer divergente quanto ao assunto. Ora, se entre os linguistas está instaurada uma divisão de opiniões; não será uma assinatura presidencial que porá fim à discussão de natureza acadêmica. Parece que há sapateiro indo além dos sapatos.
Muito bem, vamos ver essa questão do gênero das palavras (não do sexo!). Nossas palavras (as variáveis) classificam-se, quanto ao gênero, em masculinas, femininas e neutras. Sim, há palavras que não têm flexão de gênero. “Casa” é palavra de gênero feminino (não de sexo feminino!); enquanto “relógio” é palavra de gênero masculino. Mas qual o gênero da palavra “cônjuge”? Por acaso, “vítima” é palavra feminina, apenas porque se obriga o artigo feminino? O que é feminino: o artigo ou a palavra?
Tem mais: no leito de um hospital, o paciente será atendido por um MÉDICO ou por uma MÉDICA? E qual a diferença no atendimento de qualquer dos dois (ops!) profissionais? Quem me julgará? Um JUIZ ou uma JUÍZA? Ué, se for condenado, pagarei a pena do mesmo jeito!
Discordo da flexão de gênero para títulos, cargos e profissões, porque vejo nisso uma neutralidade lógica. Universidades não formam uma turma de médicos e outra de médicas; não formam uma turma de advogados e outra de advogadas; não licenciam uma turma de professores e outra de professoras! Também não entrego meu carro, na oficina, para uma “mecânica” verificar o defeito. Para mim, a tal mulher será sempre “um mecânico”, sem que haja qualquer preconceito quanto a ela ser uma mulher.
Por fim, curvemo-nos à vontade do “governo-menino riquinho”.

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