segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
FALE E ESCREVA DIREITINHO VII
FALE E ESCREVA DIREITINHO VII
Caso 31.
Forma indevida:
Nós, enquanto seres humanos, temos necessidade de aprimoramento.
Forma adequada:
Nós, nesta condição de humanos, temos necessidade de aprimoramento.
Comentário:
Evidentemente há outras formas corretas para a proposta. O erro grave está no uso indevido da conjunção temporal “enquanto”. Essa conjunção expressa a noção de um ato que perdura no tempo. O melhor é marcar, ali, a noção de causa. Porque somos seres humanos, temos necessidade de aprimoramento.
Caso 32.
Forma indevida:
O trânsito está caótico por conta da chuva.
Forma adequada:
O trânsito está caótico devido à/por causa da chuva.
Comentário:
A expressão “por conta de”, na indicação de causa não é própria da estrutura da língua portuguesa. A mais tradicional expressão de causa está contida na conjunção “porque”. Por isso, seria bem melhor dizer-se: O trânsito está caótico porque chove (choveu). A forma “por causa de” faz parte da elocução popular.
Caso 33.
Forma indevida:
Ela chegou a tempo de assistir à aula.
Forma adequada:
Ela chegou em tempo de assistir à aula.
Comentário:
O verbo “chegar”, assim como “ir”, ou “voltar”, só emprega a preposição “a” para indicar um processo de deslocamento: chegar a um lugar, a um entendimento, a um resultado. No caso exposto, a noção é temporal, ou seja, ela chegou “dentro do horário”; assim, não chegou “a tempo”; mas, “em tempo” de “ainda” ver a aula.
Caso 34.
Forma indevida:
Eu aprecio pessoas que têm cultura, que frequentaram boas escolas.
Forma adequada:
Eu aprecio pessoas que têm boa formação, que freqüentaram boas escolas.
Comentário:
Muita gente emprega mal a palavra “cultura”, porque a usa como sinônima de “escolaridade”. Deve-se saber que cultura é o conjunto de conhecimentos, hábitos, e modo de vida de um grupo social. Fala-se em cultura brasileira, cultura indígena, cultura africana etc. Dessa maneira, todo ser humano tem cultura. A formação escolar é apenas um dado da cultura do indivíduo: nada tem de exclusividade com relação aos anos de escola. A escola não é a única formadora da cultura de um indivíduo.
de “ainda” ver a aula.
Caso 35.
Forma indevida:
Os presentes podem tomar assento.
Forma adequada:
Podem assentar-se.
Comentário:
O primeiro problema está na redundância: somente as pessoas presentes podem assentar-se nos lugares oferecidos: os ausentes...
O segundo problema está no uso de uma construção alheia à língua portuguesa. Em português não tomamos assento; assentamo-nos. Muitas vezes, expressões que parecem elegantes - não diga chiques, pois é um estrangeirismo - soam ridículas. Já houve tempo em que o uso de construções próprias da língua francesa era demonstração de boa formação acadêmica. Hoje não!
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