O conhecimento razoável do idioma que se fala é obrigação de todos nós; afinal, é dele que nos valemos para interagir na sociedade. É importante pronunciar as palavras com correção e clareza; não menos importante é escrevê-las acertadamente. Escrever de forma errada parece pior do que um deslize ao falar, pois a escrita indevida nos coloca em situação desagradável e sem conserto, uma vez que já deixamos no papel a marca inequívoca da nossa incompetência. Mas aqui, pretendo tratar também da expressão oral. É tão triste ouvir erros grosseiros! Precisamos corrigir isso!
Aproveitando que utilizo meu “blog” para tratar de tantos assuntos, decidi abrir um espaço para ajudar os que pretendem melhorar seus conhecimentos relativamente ao nosso tão querido idioma português. Espero publicar uma página quinzenal (por enquanto) com, pelo menos, duas abordagens. Aqui vai a primeira: a página inaugural!
O esquema deste trabalho é o seguinte: será inserida uma forma indevida, destacada. A seguir, a forma adequada e, finalmente, um comentário que visa a eliminar as dúvidas. Ao trabalho!
Caso 1.
Forma indevida:
A pessoa mau educada na infância, torna-se uma pessoa mal criada.
Forma adequada:
A pessoa mal educada na infância torna-se uma pessoa malcriada.
Comentário:
Antes das considerações gramaticais, vale lembrar o seguinte: as formas mal educado e mal criado (sem hífen, separadas) são sinônimas. Elas designam a causa do problema. As formas mal-educado (com hífen) e malcriado são os adjetivos que caracterizam o resultado de uma educação ou criação indevida ou falha. Quanto ao aspecto gramatical, a palavra mal (com l) tem várias possibilidades de sentido; por isso, várias classificações. Ela pode significar: 1) “problema”, ou “doença” como se vê em: “Paulo sofre de um mal incurável”. Nesse caso, é um substantivo. 2) pode equivaler a “logo que”; nesse caso, é uma conjunção temporal: “Mal chegamos à praia, começou a chover”. 3) Pode ser antônima de “bem”; será, portanto, um advérbio de modo: “Maria está mal vestida e todos falam mal de suas roupas”.
Como se vê, nem sempre mal se opõe a bem. Isso só acontece no caso de ser um advérbio!
Caso 2.
Forma indevida:
O mal aluno fez um mal trabalho e foi reprovado.
Forma adequada:
O mau aluno fez um mau trabalho e foi reprovado.
Comentário:
Mau só se classifica como adjetivo. Por isso, é palavra variável em gênero (mau-má) e em número (maus-más). Nessa condição, é palavra caracterizadora de um substantivo e se opõe, sempre, a bom.
Caso 3.
Forma indevida:
As fortes chuvas causaram uma grande enchorrada.
Forma adequada:
As fortes chuvas causaram uma grande enxurrada.
Comentário:
Note que, se uma palavra estiver iniciada por “en”, não se emprega “ch”, mas “x”: enxada, enxoval, enxame, enxofre etc. Todavia, convém observar se a tal palavra não deriva de outra que comece com “ch”. Por exemplo: encher (de cheio). Nesses casos, conserva-se o dígrafo “ch”. A palavra enxurrada é escrita com “x”; nada tem a ver com “chuva”. Além disso, use “u”: enxurrada! Jamais “enxorrada”!
ACOMPANHE ESSES ASSUNTOS SEMANALMENTE.
Um abraço!
oi prof.
ResponderExcluirnão sei se o senhor vai lembrar de mim mas fiz um curso preparatorio no instituto marconi mas enfim<só gostaria de agradecer e parabenizá-lo pela forma que ensina.No começo achei o senhor muito autoritário,mas depois,passei a admirá-lo.
vou prestar concurso para pap e espero muito não ser reprovada em portugues rsrs..um grande abraço e boa sorte.