Diante do panorama que se apresenta pelas ruas de qualquer cidade, um olhar sem pretensões mais pudicas ou moralistas, desprovido mesmo de espírito crítico; simplesmente um olhar ao redor de nós mesmos, não deixará de notar a intensa miséria social e moral em que uma multidão de pessoas tem-se afundado. Não é difícil perceber que o ambiente deste mundo está deteriorado.
Aqui, uma pessoa desfigurada pelo uso intensivo do álcool, maltrapilha e suja, deitada próximo à sarjeta; ali, um jovem também maltrapilho, envolto em um velho cobertor quase apodrecido balbucia palavras desconexas trazidas pela força da droga; acolá, uma mulher sumariamente vestida dispõe-se a acompanhar um convidado incauto.
Carros, buzinas, homens “de bem” apressadamente se dirigem às suas obrigações. Pouco se lhes dá o derredor. Um “moto-boy” afoito jaz estendido, atrapalhando o tráfego, como diz o poeta. E daí? Todo dia morrem dois! É a cidade grande!
Cidade grande que o homem construiu sem os alicerces divinos. Cidade grande que não deu ouvidos à Palavra de Deus. Cidade grande que outrora perseguiu os anunciadores das Boas-Novas. “Ei, cale a boca!”, gritava a cidade que crescia, tapando os ouvidos ao convite de Jesus: “Vinde a Mim.”.
A escolha do homem distante de Deus é sempre prejudicial a ele mesmo. Na ocasião em que a sociedade teve de escolher entre dois homens, abraçou a Barrabás, e enviou Jesus à cruz. Quão tristes escolhas o homem já fez!
Hoje, a cidade dos homens que continuam abraçados a Barrabás tem miseráveis alcoólatras, tem jovens perdidos, à beira da morte pelas drogas, tem prostitutas desprovidas de qualquer dignidade, tem homens violentos que não hesitam em tirar a vida do próximo, para levar-lhe qualquer pequeno valor que possua.
Hoje, a cidade dos homens que continuam abraçados a Barrabás tem redutos políticos interessados em seu próprio ventre; ladrões do dinheiro público, arrancado à força de impostos. Tem pedófilos com capa de religiosos, tem exploradores de religiões, ávidos pelos óbolos que lhes vêm à mão suja. Tem pregadores de riquezas as quais se podem alcançar com polpudas “ofertas”.
Hoje, a cidade dos homens que continuam abraçados a Barrabás não é diferente daquela que decidiu levar Jesus à cruz. Sim, mas a cruz a que Jesus foi pregava uma esperança; ela bradava: “Vinde a Mim!”.
Mas a cidade dos homens que continuam abraçados a Barrabás não aceita o convite saneador de todas as mazelas humanas; então, mergulha no descaso, na sujeira moral, no caos social, mergulha no rio sórdido que conduz, por fim, ao inferno irrecorrível.
Mas a cidade dos homens que continuam abraçados a Barrabás ainda tem tempo para atender ao convite de Cristo e, qual filho pródigo, voltar à casa paterna, para se livrar dos andrajos e para pôr roupas novas, a fim de participar da festa do retorno! Que tal anunciarmos essa oportunidade em todos os lugares, em todos os cantos, em todos os becos?
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