Numa guerra sem trégua, os oponentes não descansam: dia e noite, de maneira ininterrupta, ocupam seus estrategistas com a finalidade única de descobrir ou criar os meios mais eficazes de atingir e, se possível, derrotar o inimigo. A mentalidade humana tem-se mostrado altamente capaz nesse assunto; mas, aqui, não pretendo abordar a perícia humana com relação às estratégias. Trata-se de algo muito pior: as estratégias do diabo contra a obra de Deus e Sua Igreja.
O Senhor Jesus alertou quando disse que “os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Lucas, 16: 8). Os filhos do mundo são usados como instrumentos de Satanás, para a consecução dos seus maléficos objetivos. Por isso, ele os expõe como iscas, a fim de desviar a atenção do povo de Deus, enquanto faz correr o seu mar de lama.
O século atual vive um dos piores momentos quanto a este assunto. Vê-se uma Igreja Evangélica com a atenção voltada para uma única forma de pecado contra Deus: o homossexualismo. Não há dúvida de que é dever da Igreja contrapor-se a esse pecado; é necessário que se proclame a condenação divina vindoura. Porém, não nos enganemos com as habilidosas artimanhas do diabo: ele faz disso um “out door”, a fim de concentrar os olhares da Igreja, e, à medida que concentra aí as atenções, faz prosperar, sem oposição, todas as demais formas de pecado.
A Palavra de Deus condena não só a homossexualidade, mas toda espécie de pecado. O apóstolo Paulo ensina: “Já em carta vos escrevi que não vos associeis com os impuros: refiro-me com isto não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois nesse caso, teríeis de sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais. Pois, com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor”. (I Coríntios, 5: 9-13).
Assim, é possível observar que até no seio da Igreja acontecem resultados das estratégias diabólicas. O apóstolo ensina que se faça uma avaliação a partir do nosso próprio meio, porque, quanto aos de fora, Deus os julgará. A Igreja não pode ser engodada com as operações malignas cuja finalidade é atrair a atenção para desviá-la do objetivo certo. Os exércitos humanos conhecem bem essa forma de agir: atraem o inimigo para um foco, enquanto o abatem em sua parte mais importante.
Creio que ter todas as nossas baterias voltadas contra o aceno do homossexualismo, ao passo que não lutamos contra as heresias, contra as fraudes, contra o adultério, contra a prostituição, contra os vícios, contra a ignorância do Evangelho; contra o pecado em todas as suas formas (inclusive o pecado do homossexualismo) e em todos os lugares, é sermos imprudentes na guerra. O combate da Igreja é contra o mal. O conceito de mal é abrangente e envolve toda e qualquer desobediência à Palavra de Deus.
Não devemos perder o foco das nossas atividades; o pecado não deve ser visto por um só ângulo, mas em toda a sua diversidade. Dessa forma, a Igreja não estará sendo atraída para uma única frente, enquanto o diabo facilita a sua operação em todas as demais frentes.
O apóstolo Tiago lembra-nos a necessidade da sabedoria: virtude indispensável à ação dos crentes: “... Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera, e ser-lhe-á concedida” (Tiago, 1: 4-5). Quanto aos perversos deste mundo, Deus os julgará. Purifiquemo-nos a nós mesmos.
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