Vai longe o tempo em que todo cidadão, desde a infância, aprendia que o comportamento respeitoso não era uma virtude, mas um dever. Claro que, devido à importância de seu cumprimento, muitas vezes chegava-se ao exagero.
A própria língua indica formas distintivas de tratamento à pessoa que está investida de determinadas funções de natureza civil, militar ou religiosa. Antigamente, os pais e as pessoas mais velhas não admitiam ser tratadas por “você”: um evidente exagero; pois não há nenhum desrespeito nessa forma de tratamento, a qual nada mais é do que uma forma aglutinada do honroso Vossa Mercê.
Posso estar enganado, mas acredito que foi o entrevistador Jô Soares o primeiro a chamar seus ilustres convidados de “você”. Sabe-se que essa forma de tratamento se emprega para referência a pessoas íntimas ou subalternas; assim, Jô Soares dá um tom de intimidade com o entrevistado. Não me oponho a isso.
O período do lulismo-petista incrementou no país uma pseudo-intimidade entre a população e “a governança” do país. A partir daí, todo mundo virou “companheiro”. Esse conceito igualou pais e filhos, jovens e velhos, professores e alunos, líderes e liderados. Da abolição das formas tratamento excessivamente cerimonioso chegou-se à abolição do traje adequado na maioria dos recintos. Felizmente, alguns órgãos governamentais, militares ou do Judiciário ainda mantêm suas determinações a esse respeito; alguém ousará chamar de “você” a um juiz de direito? Mas não se duvide de que, algum dia, seja realidade o que serve de título a esta matéria. Talvez, em breve, não cause espanto um cidadão vestido de bermuda e boné sendo recebido em gabinete por uma alta autoridade.
Ainda é chocante para muitas pessoas ver no recinto dos cultos religiosos a irreverência nos modos e no vestuário. Não se trata, aqui, da singeleza e pudor no traje feminino, já que se prevê que a mulher cristã seja decente. A questão está voltada para os jovens — principalmente os rapazes — que entram nos ambientes em que se cultua a Deus, vestidos da forma mais irreverente possível: de bermudas, bonés, camisetas espalhafatosas em suas estampas e... Até em chinelos! Lembrem-se: o Senhor Deus mandou a Moisés tirar os sapatos, porque estava em “terra santa”! (Êxodo, 3: 5); a Abrão, ordenou que andasse em sua presença e fosse perfeito! (Gênesis, 17: 1).
Essa irreverência está apoiada na falsa ideia de que é preciso “ganhar os jovens”. Sim, é preciso ganhar os jovens, mas não os seus maus hábitos e sua carência de ensino dos bons hábitos.
Houve um tempo em que, mesmo na rua, era possível identificar um crente por seus trajes e por seus modos sociais. Crentes cediam seu lugar nos ônibus e davam a vez à passagem de idosos! Vestiam-se com modéstia; quando compravam camisetas, sabiam bem a mensagem nelas estampadas. Os crentes eram uma marca na sociedade, apesar dos exageros, que aqui não são defendidos.
Voltemos ao ambiente do culto a Deus. Se um cidadão não pode entrar no Fórum trajando certas roupas, pois ali é lugar respeitado, por que pode estar assim no culto a Deus? Calma! Muita calma! Aqui não se sugere que sejam proibidos de entrar: sugere-se que sejam ensinados convenientemente, de preferência no lar e nas escolas. Onde se ensina, hoje, a reverência aos símbolos nacionais? Quem sabe quais são esses símbolos? Por que as pessoas batem palmas após a execução (que não entoam) do Hino Nacional Brasileiro? Por falta de conhecimento e educação!
Por esse mesmo motivo entram desatentamente nos templos, e não param de conversar durante os cultos. A mesma falta de educação e de reverência os conduz a levantar-se durante o culto (principalmente na hora da pregação) para irem ao bebedouro etc.
Tudo na Bíblia aponta que o crente não é como os que a ignoram. O apóstolo Paulo recomenda à igreja: “não vos conformeis com este mundo...” (Romanos, 12: 2). O que é não se conformar com mundo, então? É manter-se diferente, é ter outra forma de vida e de comportamento. Pode-se acreditar em que falta conhecimento sério da Palavra de Deus, ou em que a “crença” é apenas de fachada.
É certo que há quem pense que os jovens não podem ser chamados à atenção, porque eles se afastariam. Não é verdade. Tudo depende da maneira como serão exortados. Meus alunos jovens (estão entre 16 e 18 anos) ouvem atentamente minhas exortações e sei que há proveito nos ensinos que transmito. Falta, sim, boa vontade e honestidade para que se aborde o problema. Grande parte dos jovens anda à deriva porque grande parte dos adultos assimilou a cultura libertina da televisão e aderiu ao papel de “companheiro”, provindo do lulismo-petista. Uma pena, de fato!
Olá, boa tarde, uma pergunta simples, para edificação.
ResponderExcluirQual seria mais desrespeitoso: levantar na hora da Palavra ou hora da Adoração?