"Será porventura o não fazer
fruto hoje a palavra de Deus, pela circunstância da pessoa? Será por que
antigamente os pregadores eram santos, eram varões apostólicos e exemplares, e
hoje os pregadores são eu E OUTROS
COMO EU? Boa razão é esta. A definição do pregador é a vida e o exemplo. Por
isso Cristo no Evangelho não o comparou ao semeador, senão ao que semeia.
Reparai. Não diz Cristo: saiu o semeador a semear, senão, saiu a semear o que
semeia. (...) Entre o semeador e o que semeia há muita diferença: uma
coisa é o soldado e outra coisa é o que
peleja; uma coisa é o governador e outra o que governa. Da mesma maneira, uma
coisa é o semeador e outra o que semeia; uma coisa é o pregador e outra o que
prega. O semeador e o pregador é nome; o que semeia e o que prega é ação; e as
ações são as que dão ser ao pregador. Ter nome de pregador, ou ser pregador de
nome, não importa nada; as ações, ávida, o exemplo, as obras são as que
convertem o Mundo..."
(Pe. António
Vieira. Sermão da Sexagésima. 1655.)
António
Vieira (Lisboa, 1608 – Bahia, 1697) foi grande orador sacro. Deixou escritos
mais de duzentos belíssimos sermões. Nesse trecho do Sermão da Sexagésima ele evidencia de maneira racional, a diferença
entre “ser pregador” e “ser o que prega”. Deixa claro que uma coisa é o título,
em busca de que tantos correm hoje nas igrejas (ou não), outra coisa é o que
faz, o que batalha, o que serve de exemplo, o que lidera não por causa de um
cargo; mas, porque há o que precisa ser feito. Escrito em 1655, esse sermão critica
o que se vê hoje: é atualíssimo. Medite no texto, pense e chegue às suas
conclusões. A boa leitura desperta a competência e torna o homem mais sábio.
." A boa leitura desperta a competência e torna o homem mais sábio." Tomo a liberdade de transcrever o que o irmão em Cristo deixou pra nós em seu belíssimo artigo. Vele, sim, ressaltar pessoas dignas de notoriedade. Não pela sua fama em si, mas, porém, pelo seu legado, herança moral e espiritual deixada a nós outros, carentes de aprendizado.
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