"Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; porque o Senhor não tomará por inocente o que tomar o seu nome em vão". (Ex 20: 7).
Aí está registrada uma exigência divina que os israelitas sempre levaram em alta consideração. Tal é o respeito, que não grafam o nome do Eterno Altíssimo. Por outro lado, a cultura não-hebraica tem sido negligente nessa observação. Que os incrédulos não tenham essa noção é compreensível, pois estão em trevas quanto às coisas relativas ao Senhor. O problema está no que ocorre entre nós, que nos consideramos filhos de Deus, conhecedores da Palavra.
A gíria (no melhor sentido da palavra) evangélica, mormente a pentecostal, criou um vocabulário próprio que, por força do hábito, vulgarizou-se. A comunidade usa-o como usa as palavras qualquer despreparado falante de um idioma. Falante despreparado é aquele que, não tendo noção da importância das palavras, vale-se de um "amontoado" de vocábulos que aprendeu - melhor, apreendeu - no dia-a-dia, sem qualquer critério.
A língua, examinada, é complicada. Requer cuidado, afeto, respeito. Não se brinca com a língua, portanto, com o falar. Note-se o grau de complicação na própria tradução do versículo acima transcrito: não é bem adequada a utilização da locução em vão, por motivos semânticos. O vocábulo vão, em nossa língua, significa, com exceção do verbo ir, espaço reduzido entre dois obstáculos (vão entre a porta e a parede). Nesse caso, é um substantivo. Também significa inútil, desperdiçado (trabalho vão; luta vã). Aqui, a palavra é um adjetivo, motivo por que não se deve usar a preposição em. Evitemos dizer que algo foi feito "em vão". Usemos, melhor, o advérbio inutilmente. Assim, tomar o nome de Deus em vão, será tomá-lo inutilmente, desvalorizadamente, sem objetivo ou respeito.
Voltemos ao assunto. Tenho observado constantemente que os irmãos desavisados e mal-habituados amam usar, em qualquer situação, o "Nome de Jesus". Ora, se se fala em nome de alguém, fala-se como preposto, como aquele que traz uma mensagem que não lhe pertence ou age sob autorização de outrem a quem passa a representar. O próprio Senhor autorizou a menção de seu nome, para submetermos aquilo que nós mesmos não poderemos resolver. "E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei". (Mt 14: 13-14).
Assim, está determinado o recurso ao nome do Senhor. A saudação pentecostal "A paz do Senhor" reflete a confiança de termos a paz que Ele mesmo nos deixou (João, 14: 27). Quais os problemas, então?
Quem não ouviu repetidas vezes alguém dirigir-se à plateia com expressões assim: "podem assentar-se, em nome de Jesus"; "amanhã irei a Curitiba, em nome de Jesus"; "Eu vou ser operado, em nome de Jesus"? Nesse caso, prefiro "ser curado, em nome de Jesus!".
A cada duas palavras, a inclusão dessa expressão, aí, vazia, inócua, inoportuna e vã! Seria vão eu pedir aqui: "Pensem nisso, em nome de Jesus"; pois, aqui, não se trata de uma mensagem por Ele enviada, mas de uma reflexão a respeito daquilo que a própria Palavra de Deus recomenda aos que nela meditam. Vamos honrar o nome do Senhor; não usá-lo de forma costumeira, desgastada como um clichê.
Olá meu Amigo, Irmão e Professor.
ResponderExcluirDe fato é inacreditável como se vulgariza o nome de Nosso Senhor, o nome de Deus, em expressões sem qualquer sentido prático por falta de conhecimento de seu poder. É imperativo que se tenha temor e tremor.
Hoje pregam como se estivessem fazendo uma campanha publicitária, valorizando-se os homens e os templos e não a Deus, o ter e não o ser. Onde se criam "frases de efeito", em verdadeiro desrespeito ao divino. Pede-se sacrifícios e ofertas (holocaustos) e se esquece de instruir o povo na verdade.
Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.(Os 6.6)
Um forte abraço.
Washington
Existem outras expressões que causam um certo mal estar, quando por qualquer motivo, dizem: Só o sangue, o sangue de Jesus tem poder, Oh glória!!! e tantas outras.
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