"Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é esse discurso: quem o pode ouvir?" (João, 6: 68).
Durante o tempo do seu ministério na Terra, Jesus era seguido de perto por grandes multidões. Afinal, ele proporcionava bênçãos de cura, de libertação ou de alimentação. Cristo se compadecia da situação precária de todo aquele povo, o que atraía cada dia mais gente para estar ao redor dele.
Tal como o nectar das flores atrai as abelhas, a ajuda humanitária atrai os dependentes de um auxílio. O problema, entretanto, é que a maioria dos carentes vem em busca simplesmente da satisfação de suas necessidades. Saciada a sede, segue seu caminho até a próxima dificuldade.
Certa ocasião, Jesus atendeu a dez leprosos que lhe imploravam por misericórdia. Receberam a cura e partiram. Daqueles dez homens, apenas um retornou para agradecer ao Mestre (Lucas, 17: 12). O coração humano tende a buscar sua própria satisfação.
Que acontece diante dos nossos olhos nestes dias? Não houve mudança na índole das pessoas. Multidões lotam templos que oferecem toda sorte de bem-estar: seja solução para a vida financeira, seja cura de enfermidades, seja resolução de uma situação afetiva em crise. Tudo é oferecido e tudo é buscado.
Quando alimentou uma multidão que o seguia no deserto, Jesus se viu rodeado de inúmeros seguidores interesseiros, aquela gente, descobrindo que o Senhor atravessara para a outra banda do mar, foram-lhe ao encontro, já que queriam receber mais. Jesus desmascarou-os (João, 6: 26).
Os púlpitos que oferecem uma vida terrena tranquila, cercada de todos os bens materiais e de intocável saúde física são os que mais atraem. Vive-se um outro evangelho, que não o da Bíblia. O evangelho da Bíblia mostra-se oposto àquilo por que a vida humana anseia. Ao moço rico, que observava todos os mandamentos à risca, Jesus lhe mandou que abrisse mão de todos os seus bens, a fim de que seguisse a mensagem que o evangelho anuncia.
Os púlpitos que pregam uma mensagem cristocêntrica não são bem aceitos, porque mostram um caminho estreito. Não agradam, porque trazem, como fez Jesus, um duro discurso, o qual ninguém pode suportar. Esta geração tem sofrido enormes prejuízos familiares, por causa do discurso suave, inócuo que os pais mantiveram com seus filhos, tornando-os irreverentes, rebeldes, antissociais, incrédulos. São filhos que não suportam a verdade (2 Timóteo, 4: 3).
Esse modo nada inteligente de condução familiar atingiu o comportamento geral das pessoas como as violentas ondas de uma tsunami que, por debaixo da porta, vêm atingindo o ambiente do cristianismo. Poucos há que se disponham à obediência à Palavra de Deus. Mistura-se a verdade bíblica indiscutível com a falível vontade de certas lideranças, criando-se com essa mistura um álibi para a desobediência. Usam-se partes e partículas da Bíblia (de modo descontextualizado) para justificar interesses
meramente pessoais. A Palavra, porém, é infalível, sólida em si mesma. A Palavra jamais se conforma ao comportamento do homem; este é que deve conformar-se a ela.
O discurso do evangelho puro e salvador é duro, difícil ao coração humano contaminado pela oposição ao Criador Eterno. A porta que conduz à salvação é estreita (Mateus, 7: 13-14). mas a voz do Senhor ainda ecoa para os que estão chocados com a dureza da verdade: "Quereis vós também retirar-vos?".
Oxalá, possamos responder como Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna."
Conclusão: são os duros discursos do Senhor Jesus que nos encaminham para a vida eterna. Há tempo para o retorno, há tempo para compreender que o verdadeiro evangelho é duro contra o erro; mas apresenta-se convidativo para os que se dispõem à obediência e ao senhorio de Cristo, que diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8: 32).
Amado Professor, bom dia.
ResponderExcluirComo sempre muito bem observado.
Devemos nos lembrar, no entanto, que o médico é para os doentes e que o remédio pode ser amargo.
Sabemos de muitos Elis, Hofnis e Finéias liderando templos, mas continuo crendo que o nosso Deus, sabedor de todas as coisas, continua no comando e tudo será segunda sua palavra.
Deus abençoe irmão.
Washington
Pura verdade, pastor. Seguir a Jesus é negar a si mesmo, requer abnegação, desprendimento e ir contra o que o mundo nos apresenta. Nem todos estão dispostos a lutar e seguir o caminho estreito.
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